Francisco Romãozinho morreu na quinta-feira, 12 de Março, antigo campeão de ralis que vivia em Alvega, concelho de Abrantes. Tinha 76 anos e sofria de vários problemas de saúde tendo falecido vítima de doença prolongada.

Em Fevereiro de 2017 deu uma entrevista a O MIRANTE onde confessava ter sido um adolescente inconformado. Aos 16 anos, o único filho de um médico albicastrense aventurou-se até Lisboa, onde posteriormente ingressou na Faculdade de Arquitectura que frequentou seis anos para chegar ao quarto ano. Culpa das “várias vidas paralelas”, recordava na altura.

Quando entrou para a faculdade a avó materna ofereceu-lhe um carro. “Escolhi um Mini Cooper”, referiu. Estava-se em 1962 e no São Martinho “havia o Rali às Termas de Monfortinho”, a sua primeira corrida. Depois dessa experiência foram quatro décadas dedicadas à competição, de 1962 até 2004, ainda que não permanente. A trajectória de Francisco Romãozinho na história do desporto automóvel português (e internacional) foi escrita com vitórias marcantes, derrotas dolorosas, um acidente que poderia ter acabado mal e o orgulho de ser campeão quando em 1969 ganhou a Volta a Portugal, o Campeonato Nacional de Velocidade num BMW e o Rali de Portugal ao volante de um Citröen DS.

Foi em Alvega, terra de uma avó, que escolheu viver, dedicando-se à agricultura e à unidade de turismo rural no Monte da Várzea. São 130 hectares de terras férteis até ao Tejo. No total, em Alvega, possuía cerca de 220 hectares, para milho, ervilha e tremocilha. O Bar da Esquina, no Monte da Várzea, guarda as memórias dos ralis em fotografias, prémios, taças e troféus.