Vaqueiros alerta para descargas poluentes no Alviela
Descarga de origem industrial deixou a água de cor acastanhada, com espuma e um cheiro tóxico e com animais mortos junto às margens.
O telefone de Miguel Tomás começou a tocar hoje bem cedo. Do outro lado estavam vários habitantes de Vaqueiros que alertavam para mais uma descarga poluente no rio Alviela. “Infelizmente é um problema antigo e recorrente”, refere o presidente da União de Freguesias de Casével e Vaqueiros a O MIRANTE.
Os telefonemas começaram na manhã desta quarta-feira, 25 de Março, e a preocupação estava relacionada com uma descarga de origem industrial no rio que deixou a água de cor acastanhada, com espuma e um cheiro tóxico e com animais mortos junto às margens.
Fernando Gomes, secretário da união de freguesias deslocou-se ao local e documentou o cenário, tendo reportado o sucedido às autoridades competentes: SEPNA da GNR e serviço de Ambiente da Câmara Municipal de Santarém. A resposta do SEPNA foi célere, “informou apenas que foi aberto um processo”, refere Miguel Tomás lamentando que nunca se chegue a conclusão nenhuma.
“Foi gasto muito dinheiro em obras de melhoramento da ETAR de Alcanena que não resolveram o problema. Sempre que a estrutura não tem capacidade de resposta faz descargas directamente no rio ou nos seus afluentes”, afirma o presidente da autarquia lembrando que, apesar do Estado de Emergência declarado há cerca de uma semana todas as fábricas de curtumes continuam a laborar em pleno em Alcanena.
“Infelizmente a Covid-19 veio comprovar que o vírus das empresas de curtumes sem escrúpulos e poluentes já existe há muitos mais anos e infelizmente sem consequências para os que constantemente poluem”, desabafa o autarca nas redes sociais.