Sociedade | 30-03-2020 07:00

Oposição política em Alcanena vota contra e provoca ruído

Oposição política em Alcanena vota contra e provoca ruído

Todos os projectos em curso para a vila e para o concelho tiveram o voto contra da oposição, por não estar de acordo com a forma como estão redigidos os documentos ou devido a discrepâncias de valores.

A última reunião de câmara de Alcanena decorreu num clima de ironia e alguma irritação entre a presidente da autarquia, Fernanda Asseiceira (PS), e a vereadora da oposição Maria João Vaz Rodolfo, da Coligação Cidadãos por Alcanena (PPD/CDS/MPT). Tudo porque em todos os pontos da ordem do dia que estavam para aprovação, concretamente obras para a vila, a oposição votou contra.

A situação levou a que Fernanda Asseiceira dissesse à vereadora que tudo o que fosse para fazer obra e desenvolver o concelho “terá sempre o voto contra da oposição”. “Não se pode ter memória curta. Estamos a fazer estas obras para embelezar e colocar mais árvores no centro da vila, para dar melhores condições de vida às pessoas, porque infelizmente só agora tivemos condições financeiras para o fazer. Desde que chegámos à câmara, em 2010, tivemos que lidar com uma dívida enorme que o seu partido nos deixou e tínhamos problemas básicos, como por exemplo de saneamento, para resolver”, atirou a autarca.

Maria João Vaz Rodolfo, que se encontrava a representar a oposição sozinha, uma vez que o vereador João Pinto teve que se ausentar por motivos profissionais, não respondeu aos ataques da presidente da câmara.

Num dos pontos em agenda estava a consulta prévia para aquisição de serviços com vista à elaboração do projecto do Parque Verde de Alcanena. Uma obra com um orçamento estimado de 1 milhão e 200 mil euros que a autarquia vai candidatar a fundos comunitários e contra a qual a vereadora da oposição votou, esboçando apenas um ligeiro sorriso. O que levou Fernanda Asseiceira a dizer: “a própria vereadora ainda se ri”.

Num outro ponto estava a aprovação do projecto de requalificação do Jardim das Lagoas, junto ao mercado municipal, cujo estudo prévio está já elaborado e que aponta para um investimento na ordem dos 415 mil euros. E num terceiro ponto estava em causa um ajuste directo para a aquisição de serviços para o projecto de requalificação da estrada de Alcanena – Pousados. Em todos estes itens a oposição votou contra, apresentando justificações de teor burocrático.

“Um estudo prévio aponta sempre um valor geral. Um projecto apresenta já um valor mais perto do que será o custo real da obra”, explicou a presidente Fernanda Asseiceira, com Maria João Rodolfo a bater o pé e a votar contra.

A coligação PSD/CDS/MPT votou também contra o apoio de 30 mil euros, por parte da câmara, à Fábrica da Igreja de Moitas Venda – Capela de Casais Robustos, para a construção de uma casa mortuária em Casais Robustos. Nesse ponto, a vereadora da oposição justificou o sentido de voto por não haver um regulamento municipal para apoios ao associativismo e outro tipo de instituições, cuja criação têm defendido. “Não havendo um regulamento, logo não há controlo sobre este tipo de atribuições”, justificou Maria João Rodolfo.

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