Comboio na linha da Azambuja com 15,4% de lotação em hora de ponta
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Governo afirma ser esta a percentagem de passageiros transportados até à estação do Espadanal. Um valor muito inferior aos 2/3 permitidos por lei, segundo o Ministério das Infraestruturas e da Habitação.
O primeiro comboio da linha da Azambuja que chegou esta segunda-feira, 11 de Maio à estação do Espadanal, que serve a plataforma logística, trazia 108 pessoas a bordo, numa automotora que tem capacidade para 700 pessoas, avançou o Ministério das Infraestruturas.
Os dados indicam que o primeiro comboio a chegar à estação do Espadanal, vindo de Lisboa, registou uma lotação, em hora de ponta, de “15,4%, um valor muito inferior aos 2/3 permitidos por lei”, indicou o Ministério das Infraestruturas e da Habitação.
“Mesmo antes da pandemia, e já depois da inclusão do passe único, a média de lotação destes comboios já era inferior a 50%”, assegurou a tutela dos transportes, referindo-se à linha da Azambuja, no distrito de Lisboa.
Apesar dos dados reportados serem inferiores à lotação máxima, o Ministério das Infraestruturas e da Habitação vai promover nos próximos dias uma reunião sobre as condições de transporte dos passageiros que utilizam a linha da Azambuja, nomeadamente todos aqueles que trabalham nas empresas de logística da região.
Além do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e coordenador regional de Lisboa e Vale do Tejo do combate à pandemia da Covid-19, Duarte Cordeiro, a reunião vai convocar as empresas CP – Comboios de Portugal e IP – Infraestruturas de Portugal, bem como a Câmara Municipal da Azambuja e os representantes das empresas da plataforma logística.
Antes do comunicado do Ministério das Infraestruturas e da Habitação, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares já tinha adiantado a realização desta reunião.
Duarte Cordeiro falou aos jornalistas no final de uma reunião com a Câmara Municipal de Azambuja, no distrito de Lisboa, autoridades de saúde e representantes das empresas da plataforma logística para discutir os casos da Covid-19 que surgiram na zona.
"Saímos desta reunião com a necessidade de marcar uma reunião com a CP no sentido de adoptar um comportamento mais pedagógico relativamente aos trabalhadores dos transportes públicos, quanto à aglomeração que eles têm, nomeadamente à saída da estação e à verificação da utilização dos transportes públicos", apontou Duarte Cordeiro.
A preocupação com as condições dos transportes públicos, nomeadamente dos comboios, nos quais milhares de trabalhadores se deslocam para o concelho de Azambuja, já tinha sido manifestada pelo presidente da autarquia, Luís de Sousa, e foi hoje também enunciada pelas empresas presentes naquela plataforma logística.
Há uma semana, numa resposta escrita enviada à Lusa, fonte da CP ressalvou que a empresa "tem em curso, desde o mês de Março, uma ampla operação de higienização e desinfecção dos comboios, que já abrangeu, no último mês, mais de 14.100 intervenções na sua frota".
Segundo o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, a solução passa agora por "monitorizar a situação nos próximos dias e actuar na respectiva proporcionalidade".
Na base destas reuniões estão os 101 casos de Covid-19 que surgiram na empresa de produtos alimentares Avipronto, situada na Plataforma Logística de Azambuja, que fechou provisoriamente.
Entretanto, a empresa retomou hoje a laboração com cerca de 30 trabalhadores, divididos em dois turnos.