Cientista com raízes em Alcanena nomeada para Prémio Nobel da Física
Elvira Fortunato foi coordenadora da equipa que em 2008 produziu o primeiro transístor em papel.
O nome da investigadora portuguesa Elvira Fortunato, com raízes na Louriceira, concelho de Alcanena, está entre os candidatos ao Prémio Nobel da Física de 2021. A notícia é avançada pelo jornal Expresso, que explica que a eletrónica transparente tem vindo a destacar-se nos últimos anos, havendo três nomes incontornáveis, responsáveis por inovações que têm hoje grandes aplicações no mercado: o norte-americano John Wager; o japonês Hideo Hosono; e Elvira Fortunato, que é também pioneira mundial na eletrónica de papel.
A cientista foi coordenadora da equipa que em 2008 produziu o primeiro transístor em papel, foi nomeada para o Prémio Europeu Inventor 2016 por causa dessa invenção, em conjunto com Rodrigo Martins, seu marido e também investigador do Centro de Investigação de Materiais, unidade da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
A investigação que conduziu à utilização de papel como um material de electrónica foi galardoada em 2008 na área de Engenharia do European Research Council, recebendo um prémio de 2,25 milhões de euros.
Elvira Fortunato tem 55 anos e é licenciada e doutorada em Engenharia dos Materiais. Nasceu em Almada e é filha de um casal oriundo da aldeia de Louriceira, concelho de Alcanena. O pai, já falecido, era empregado de balcão. A mãe doméstica. Vai à Louriceira com frequência rever familiares e amigos, disse a O MIRANTE numa entrevista realizada em Agosto de de 2008. Era ali que passava boa parte das férias de Verão na sua infância e juventude, entre passeios pelo mato e mergulhos no Alviela.
A investigadora é presidente do Instituto de Nanomateriais, Nanofabricação e Nanomodelagem e vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa. Recebeu na última década duas dezenas de prémios internacionais.