Sociedade | 31-05-2020 15:00

Santarém vai ser um estaleiro de obras na recta final do mandato

Santarém vai ser um estaleiro de obras na recta final do mandato

Presidente do município refuta críticas de eleitoralismo e justifica calendarização das obras com o ciclo de fundos comunitários.

Requalificação da Avenida António dos Santos, da Avenida 5 de Outubro, do Largo da Alcáçova, do bairro de Alfange e do Largo Visconde Serra do Pilar são alguns dos projectos na agenda da Câmara de Santarém até final do mandato, no Outono de 2021.

A Câmara de Santarém aprovou recentemente o projecto para requalificação da Avenida António dos Santos, no centro da cidade, empreitada que tem um valor base previsto de 2,226 milhões de euros. Essa é uma das mais emblemáticas obras que o executivo liderado por Ricardo Gonçalves (PSD) quer executar até final deste mandato, que acaba no Outono de 2021.

Recentemente, foi também aprovado o lançamento do concurso para requalificação do Largo da Alcáçova e da Avenida 5 de Outubro, que dá acesso ao Jardim das Portas do Sol. A construção do pavilhão de Alcanede começou esta semana e o pavilhão de Pernes deve começar a ser construído até final do mandato. O mercado da cidade está a ser requalificado (numa empreitada atribulada) e vai haver obras em várias escolas, como a de Amiais de Baixo.

Uma enxurrada de obras que não passa despercebida. O presidente da Câmara de Santarém refuta os comentários críticos nas redes sociais e diz que a concentração de obras no final do mandato resulta do ciclo de fundos comunitários e não de eleitoralismo a pensar nas autárquicas do Outono de 2021.

Há uma série de obras previstas para a recta final do mandato. Foram caprichos do calendário ou há aqui algum eleitoralismo, como se lê em comentários nas redes sociais?

Existe um quadro comunitário onde fomos garantir verbas para essas intervenções, através do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, (PEDU). Basta olhar para o país inteiro e ver o que se está a passar. Não é só em Santarém. O quadro comunitário de apoio acaba em 2022 e temos obrigação de ter as obras concluídas até lá, senão perdemos financiamento europeu. Temos quase 20 milhões de euros para obras e 85% desse valor vem da União Europeia. A nossa comparticipação é de 15%. São obras necessárias e de que nos orgulhamos. Fazemos aquilo que achamos ser o melhor para Santarém e não estamos preocupados com calendários eleitorais.

Há algum projecto em risco?

Não. Esperamos lançá-los todos. O que está mais atrasado é o da requalificação da Praça Visconde Serra do Pilar. Mas estas obras não são novidade. Quando apresentámos o PEDU dissemos que as íamos fazer. Mas tivemos que deixar cair algumas porque não conseguimos fazer todas.

A requalificação da Avenida Afonso Henriques foi uma delas?

Sim. Não tínhamos dinheiro que chegasse para requalificar a Av. Afonso Henriques e a Av. António dos Santos. Por isso optámos por esta última. Os técnicos do município consideraram mais importante a intervenção na António dos Santos.

A intervenção na Avenida Afonso Henriques será para articular com a requalificação do Campo Infante da Câmara?

Ou com as obras no Campo Infante da Câmara ou quando tivermos fundos comunitários para isso. A esmagadora maioria dos fundos comunitários deste quadro comunitário de apoio estava indexada aos centros históricos. Daí haver intervenções previstas em vários pontos do centro histórico.

“As obras trazem sempre algumas complicações”

A cidade vai transformar-se num estaleiro?

As obras trazem sempre algumas complicações. Já tinha dito no ano passado, em reunião com a associação de comerciantes, que íamos ter dores de crescimento por causa das obras. Vamos ter um ano e meio muito complicado. São obras necessárias e faladas há muito, apresentadas ainda no anterior mandato.

Com as obras no Largo da Alcáçova impõe-se uma localização alternativa para a casa mortuária da cidade, actualmente a funcionar nessa zona. O que está previsto?

Mantemos a intenção, numa primeira fase, de construir uma casa mortuária em São Pedro, resultado de um protocolo antigo com a Diocese de Santarém.

Há tempo para construir a casa mortuária até se iniciarem as obras no Largo da Alcáçova, onde está localizada a actual casa mortuária?

Julgamos que sim. A obra será feita pela Igreja. A própria paróquia tem verbas para esse projecto, que envolve também outras valências. Numa segunda fase queremos criar uma casa mortuária junto ao cemitério e ao crematório. Já adquirimos um terreno para isso.

E quando é que a construção do crematório está pronta?

Esperamos que o crematório comece a funcionar em Setembro deste ano.

A entrada de Santarém pela EN3 na zona de Vale de Estacas há muito que exige uma profunda requalificação, que já esteve prevista há mais de uma década. Ainda não será desta?

Não. É uma obra de grande envergadura e não tivemos fundos comunitários para a fazer. Até final deste mandato contamos arranjar algumas bermas e passeios. Vamos fazer um paliativo mas não é aquela obra que desejamos e que só com fundos comunitários pode ser realizada.

Há outros assuntos recorrentes para os quais tardam soluções. Como o do edifício inacabado na Rua 15 de Março, um mamarracho no centro histórico da cidade que é também fonte de insalubridade. Sendo propriedade privada, que pode a câmara fazer?

O edifício não é nosso e não podemos fazer nada. Em relação à Rua 15 de Março, a requalificação vai começar ainda este mês, numa intervenção da Águas de Santarém que vai colocar novas condutas de água e saneamento na zona. Será depois colocado novo pavimento em calçada.

As calçadas do centro histórico vão também ser remodeladas?

Sim, vai ser substituído o pavimento, com a colocação de lajetas em pedra em algumas zonas. A pedra será igual à que foi colocada no Jardim da República.

Há ainda outras intervenções no centro histórico?

Sim. Vamos também lançar as obras no Largo Ramiro Nobre e Largo Mendes Pedroso, junto à Igreja de São Nicolau, depois de ultrapassadas algumas questões com os moradores. Quanto à intervenção no Largo dos Pasteleiros não será para já, porque havia algumas pessoas que não estavam com o projecto por causa do estacionamento. Na Ribeira de Santarém, vai ser requalificada a Praça Oliveira Marreca e também há obras previstas para a Igreja de Santa Iria.

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