Câmara de Abrantes nega favorecimento a empresa de ex-vice-presidente do município
Adjudicação do projecto de reabilitação do Cine-Teatro São Pedro foi feita à empresa Modo, de que Rui Serrano é sócio, por 64.950 euros.
O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Valamatos (PS), nega favorecimentos à empresa Modo – Arquitectos Associados Lda, da qual é sócio-gerente o ex-vice-presidente do município Rui Serrano. A Modo e a empresa a quem foi adjudicada pela autarquia a elaboração do projecto de restauro, reabilitação, remodelação e ampliação do edifício do Cine-Teatro São Pedro, por 64.950 euros.
Manuel Valamatos explica a O MIRANTE que existem poucas empresas de arquitectura no concelho e concelhos vizinhos. “Consultámos três empresas do concelho de Abrantes e também de concelhos vizinhos. Em função das propostas escolhemos a que considerámos melhor”, afirma.
O autarca sublinhou ainda que o outro sócio da Modo, Pedro Costa, esteve envolvido há alguns anos num outro processo de reabilitação do cine-teatro e é muito conhecedor do edifício e do que se pretende fazer. O assunto foi debatido na última sessão da assembleia municipal depois do eleito Pedro Grave (BE) ter questionado o presidente da câmara por ter decidido a adjudicação e a aprovação da minuta do contrato no mesmo dia por despacho.
O presidente da Câmara de Abrantes explicou que após o acordo com a sociedade Iniciativas de Abrantes, proprietária do edifício do teatro, realizaram-se reuniões, nomeadamente com a CCDR (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional), para tentar aproveitar financiamento da União Europeia. Valamatos acrescentou que o município consultou três ou quatro equipas de projectistas para não perderem tempo. “Precisamos de uma intervenção muito rápida no cine-teatro. Vamos requalificá-lo e o projecto já está a ser desenvolvido”, realçou o autarca.
O município deliberou, a 21 de Janeiro deste ano, autorizar a despesa para celebração do contrato de compra e venda do Cine-Teatro São Pedro pelo valor de 470 mil euros. O pagamento do edifício vai ser feito ao longo de sete anos, sendo a primeira tranche no valor de 71 mil euros, paga com a assinatura do contrato promessa de compra e venda, após o visto do Tribunal de Contas. As outras tranches, no valor de 66.500 euros, são pagas até 31 de Janeiro dos seis anos seguintes.