Sociedade | 27-06-2020 15:00

Expropriação de terrenos privados para acabar com esgotos a céu aberto em Alfange

Expropriação de terrenos privados para acabar com esgotos a céu aberto em Alfange

Águas de Santarém vai construir uma estação elevatória e condutas que vão recolher e encaminhar para a ETAR os esgotos provenientes de habitações que não estão ligadas à rede de saneamento.

A empresa municipal Água de Santarém quer acabar com a descarga de esgotos domésticos não tratados no rio Tejo, na zona de Alfange, tendo em curso a expropriação de terrenos necessários à construção de uma estação elevatória e das condutas que recolham e encaminhem esses efluentes para a ETAR da cidade.


A informação foi dada a O MIRANTE pela administradora executiva da Águas de Santarém, Teresa Ferreira, na sequência de críticas lançadas pela concelhia de Santarém do Bloco de Esquerda. A responsável diz que essa empreitada, que rondará os 300 mil euros, ainda não está em curso porque houve dificuldades em garantir a posse dos terrenos necessários, que são propriedade privada. Por não ter conseguido chegar a acordo com os donos dos terrenos, muitos deles herdeiros, a empresa municipal decidiu avançar para a expropriação por utilidade pública, um processo sempre moroso.


Teresa Ferreira garante que assim que a Direcção-Geral das Autarquias Locais (DGAL) der autorização para a ocupação dos terrenos será lançado o procedimento para adjudicação da empreitada. O projecto já se encontra feito há dois ou três anos, diz a administradora, que lamenta o arrastar do processo. Os esgotos são provenientes de casas no planalto citadino que não estão ligadas à rede de saneamento básico, havendo também habitações no bairro ribeirinho de Alfange na mesma situação. Um problema que a Águas de Santarém também quer resolver.


Elementos da concelhia de Santarém do Bloco de Esquerda visitaram o bairro de Alfange no dia 12 de Junho e constataram que os esgotos continuam a correr sem tratamento para o Tejo, conforme já tinham denunciado em 2018. “A situação permanece passados quase dois anos, sem qualquer intervenção municipal, que ao bom estilo de outras matérias prefere o ‘passa culpas’ em vez de resolver os problemas da população”, diz o Bloco, recordando que a Águas de Santarém tinha-se comprometido a resolver o problema até ao Verão de 2019.


O Bloco de Esquerda refere ainda o facto de Alfange permanecer sem transporte público, incluindo o serviço do autocarro mobi.sénior, e de ter recolha de lixo apenas uma vez por semana. Lamenta também que a requalificação do bairro municipal de Alfange, há muito falada e prevista para breve, ainda não tenha sido executada, bem como outros projectos de reabilitação daquela zona ribeirinha.

Adjudicada reabilitação do bairro de Alfange

A Câmara de Santarém adjudicou a empreitada de reabilitação do Bairro Calouste Gulbenkian, em Alfange, à empresa Eco Demo - Demolições Ecologia e Construção S.A., pelo valor total de 1.101.340 euros. A decisão foi tomada pelo executivo municipal na reunião de 17 de Junho.
Esta obra, integrada no PEDU – Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, conta com financiamento da União Europeia e visa a manutenção dos prédios deste bairro. A intervenção no Bairro Calouste Gulbenkian é reclamada há muito pelos moradores que se queixam da falta de manutenção nos prédios.

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