Sociedade | 30-06-2020 07:00

Música não deve ser uma linguagem elitista e só ao alcance de alguns

Música não deve ser uma linguagem elitista e só ao alcance de alguns

Para além da música o Conservatório Regional Silva Marques, de Alhandra, tem dança.

“Ainda prevalece no meio musical uma ideia de elitismo que tem de acabar. A linguagem musical deve ser única, universal e acessível a todos”. A ideia é defendida por Mónica Martins, professora de formação musical e directora pedagógica do Conservatório Regional Silva Marques (CRSM) de Alhandra, no concelho de Vila Franca de Xira.


“Ainda há também uma ideia elitista que os músicos não devem tocar em qualquer lado. Defendo o contrário. Podemos e devemos tocar seja em que sítio for desde que com dignidade. Se as pessoas não vêm ao encontro da música entendo que deve ser a música a ir ao encontro delas”, explica a O MIRANTE.


O Conservatório de Alhandra tem as portas abertas a quem queira aprender música, desde os 3 meses – na classe de bebés – até à idade adulta. “Nas aulas livres mesmo quem tenha 70 ou mais anos pode vir aprender música”, sublinha Mónica Martins. O conservatório tem hoje 450 alunos divididos entre os cursos de música e dança.


A formação musical continua a ser a disciplina que os alunos menos gostam. “Este ano reestruturámos essa disciplina para fugirmos aos programas dos anos 70 que ainda estão a ser dados. Queremos que esteja ao serviço da disciplina de instrumento e das classes de orquestra e coro e não continue a ser vista pelos alunos como a matemática da música. Eles não gostam de aprender algo que não entendem para que serve”, explica.


O CRSM tem 24 anos de existência e alguns cursos são financiados pelo Ministério da Educação. Os alunos que frequentam o ensino básico representam o grosso da camada formativa. Guitarra, piano, violinos e flauta transversal são os instrumentos mais solicitados. Mas no conservatório de Alhandra estão disponíveis todos os instrumentos que os alunos sonhem aprender.


“A música ensina os jovens a terem maiores capacidades de comunicação. Acima de tudo o que interessa é que sejam felizes e se possam tornar melhores adultos no futuro”, conclui a responsável.
No confinamento derivado da pandemia as aulas foram dadas pela internet, o que representou um desafio. “Sentimos desafios e diferenças que o resto do ensino não sente, sobretudo relacionado com o som, que não chega a nós em tempo real. Implicou um aumento do trabalho por parte de professores e alunos”, nota. Até 26 de Junho estão a decorrer as inscrições para quem deseje frequentar o próximo ano lectivo do conservatório, nas classes de música e dança.

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