Casa vendida há dois anos por 35 mil euros regressa à posse da Câmara de Abrantes

Município alienou imóvel junto à Igreja de São João a um antigo embaixador espanhol que queria instalar um ateliê de pintura mas o investimento não se concretizou.
A casa junto à Igreja de São João Baptista, em Abrantes, vendida pelo município, por 35 mil euros, a um antigo embaixador espanhol que queria instalar ali um ateliê de pintura, voltou para as mãos da Câmara de Abrantes. O vice-presidente da autarquia, João Gomes, confirmou a compra depois de questionado pelo vereador Armindo Silveira (BE) sobre o assunto. A Câmara de Abrantes alienou, em 2018, um imóvel municipal que servia de garagem de um pequeno logradouro junto à Igreja de São João, no centro histórico da cidade.
O interesse do antigo embaixador espanhol desapareceu e o edifício voltou para as mãos da autarquia. João Gomes explicou que fizeram a escritura no final de Junho e que a compra demorou mais tempo por falta de disponibilidade do proprietário, que se encontrava no estrangeiro. Armindo Silveira reforçou a proposta que fez para demolição do imóvel com o intuito de dar outra dignidade à Igreja de São João e espaço envolvente. “A sua degradação continua a colocar em causa a saúde pública e a segurança dos cidadãos”, referiu o vereador do BE.
O vice-presidente disse que o município já tinha realizado um pedido de demolição e na altura a DGPC (Direcção-Geral do Património Cultural) não achou que fosse a melhor ideia para aquele espaço. João Gomes acrescentou que vai reunir com a DGPC para decidir qual a melhor solução para aquele edifício. As hipóteses são a demolição ou reconstrução do mesmo para uma finalidade a favor dos munícipes.
Em Setembro de 2018 a então presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquerque, (actual ministra da Agricultura) levou a proposta de venda a reunião do executivo, que foi aprovada por maioria com o voto contra de Armindo Silveira. A declaração de voto do vereador do BE provocou alguma discussão, o que levou Maria do Céu Albuquerque a explicar que a maioria socialista propôs a alienação por 35 mil euros, que diz respeito ao valor da alienação do imóvel em causa.
“Tínhamos considerado, inicialmente, demolir aquele imóvel e deixar que aquele espaço respirasse. No entanto, não é possível deitar abaixo o imóvel por estar nas imediações da igreja e também porque poderia fragilizar a própria estrutura da igreja”, referiu na altura Maria do Céu Albuquerque.