Municípios da região querem emigrantes a investir nos seus concelhos
Autarcas de nove municípios do Médio Tejo reuniram-se em Ourém para assistir à apresentação do Programa Nacional de Investimento da Diáspora que prevê apoiar e captar investimento de emigrantes. Protocolos de colaboração com o Gabinete de Apoio ao Emigrante foram assinados com a presença da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas.
O edifício da Assembleia Municipal de Ourém foi palco de um encontro de autarcas de nove municípios da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) para assinarem um protocolo de colaboração com o Gabinete de Apoio ao Emigrante (GAE). Um acordo que visa apoiar e captar investimento dos portugueses e luso-descendentes que vivem no estrangeiro.
Alcanena, Constância, Entroncamento, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha e Vila de Rei são os municípios que vão fazer parte do Programa Nacional de Investimento da Diáspora que foi apresentado na quinta-feira, 30 de Julho, pela secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes.
A governante sublinha a importância que os portugueses que partiram podem ter no desenvolvimento económico e social dos territórios, uma vez que uma grande parte regressa às suas origens para investir na criação de negócios que podem gerar muitos postos de trabalho. Para isso, diz, é fundamental que as autarquias desenvolvam políticas de proximidade e de incentivo e que coloquem de parte algum preconceito que ainda existe com os emigrantes.
Fernanda Asseiceira, presidente da Câmara de Alcanena, foi a escolhida para falar em nome dos autarcas e confessou-se entusiasmada com as potencialidades deste programa. “Temos de perceber que os emigrantes podem ser uma mais valia para a nossa região porque a maior parte são jovens qualificados que trazem consigo um conjunto de experiências enriquecedoras para quem vive e trabalha nos nossos concelhos”, afirma.
Em Agosto de 2021 vai realizar-se em Ourém o V Encontro Nacional de Investidores da Diáspora.
Casos de sucesso em Ourém
A Vipremi e a Euromelic são bons exemplos de empresas fundadas por ex-emigrantes que comprovam a importância de se facilitar e apoiar a entrada destes empresários no mercado. À margem da iniciativa que apresentou o Programa Nacional de Investimento da Diáspora, o executivo de Ourém e Berta Nunes deslocaram-se a essas empresas, situadas na Zona Industrial de Seiça, para verem como trabalham e ouvirem a sua história.
Miguel Luís, proprietário da Vipremi, uma empresa especializada no fabrico e comercialização de pré-fabricados em betão, fundou a empresa depois de ter estado mais de uma dezena de anos a trabalhar em França. Actualmente emprega mais de meia centena de pessoas e exporta mais de 90% da sua produção.
Cristina Santos é a directora-geral da Euromelic, empresa especializada na assistência a máquinas industriais. A empresária nasceu e cresceu em França mas o clima de Portugal sempre foi um factor determinante para um dia voltar. Fundou a empresa com o marido, entretanto já falecido, em 1999. Hoje gere uma dezena de postos de trabalho e trabalha com empresas de todo o mundo.