Luís Filipe Grilo, de 51 anos, trabalhador dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Vila Franca de Xira que ficou gravemente ferido num acidente num reservatório de água, morreu na madrugada de quarta-feira, 9 de Setembro.

Luís Grilo ficou gravemente queimado ao tocar num cabo de média tensão da EDP que passava perto do reservatório dos SMAS de Alverca onde estava a realizar uma intervenção de limpeza. Luís deixa mulher e não tinha filhos. Foi transferido para a unidade de queimados do centro hospitalar de Coimbra e foi sujeito a diversas intervenções cirúrgicas, não tendo resistido à última.

“No dia 31 de Agosto estivemos na unidade de queimados a visitar a família e saímos com esperança, ele tinha acabado de sair do bloco para fazer recuperação plástica. Mas teve as 48 horas seguintes muito difíceis. Foi o que se verificou em mais esta ida ao bloco, ele saiu com muita dificuldade pelas 20h00 de terça-feira e pelas 03h00 de quarta recebi a mensagem do seu falecimento”, lamentou, emocionado, António Oliveira, presidente do conselho de administração dos SMAS.

A notícia da morte do trabalhador do município vilafranquense foi dada pelo presidente do município, Alberto Mesquita, na abertura da reunião pública de câmara que se realizou na manhã de 9 de Setembro. “Era uma pessoa com quem privei desde que estou na câmara. Uma pessoa que me habituei a referenciar como um excelente trabalhador, um indivíduo sempre alegre, bem disposto, sempre disponível para resolver as situações de emergência que aconteciam nos SMAS”, lamentou, emocionado.

O município cumpriu um minuto de silêncio em sua homenagem. Luís Filipe Grilo era natural de São Sebastião da Pedreira, Lisboa, mas há várias décadas que vivia em Vila Franca de Xira. Tinha 51 anos e era filho de Artur Fernando Grilo e Maria do Carmo Grilo. O funeral realizou-se no crematório de Elvas. Apaixonado pelo Benfica, Luís é descrito pelos amigos como uma pessoa fantástica, amigo do seu amigo, dedicado e leal, sempre pronto a ajudar o próximo, tendo a notícia da sua morte sido recebida com consternação na comunidade.

Acidente continua em investigação

Alguns amigos de Luís lamentam a forma como o accionamento dos meios aéreos foi feito. Os bombeiros de Alverca e os médicos do INEM deram o seu melhor para salvar e estabilizar Luís logo após o acidente mas a forma como decorreu a chegada do helicóptero que o transferiu para Coimbra mereceu críticas. Os bombeiros tiveram de levar Luís de ambulância pela serra de Loures até ao local onde o helicóptero aterrou, a vários quilómetros de Alverca, em vez de ter aterrado naquela cidade ribatejana. A situação levou a que a sua chegada à unidade hospitalar demorasse mais que o desejável. Os SMAS de Vila Franca de Xira já tinham anunciado a abertura de um inquérito interno, que ainda está a decorrer, para apurar as causas do acidente grave de que resultou a electrocussão de Luís Grilo na tarde de 22 de Julho. O acidente aconteceu pelas 15h05 e a apenas seis dias do seu aniversário, na rua Almada Negreiros. Era um trabalhador experiente e foi a primeira vez que uma situação deste tipo aconteceu naqueles serviços.