Sociedade | 13-09-2020 07:00

Santuário de Fátima nega despedimentos e fala em desvinculações voluntárias

Santuário de Fátima nega despedimentos e fala em desvinculações voluntárias
SOCIEDADE

Igreja desmente uma eventual situação de falência ou insolvência do Santuário e diz que está em curso um processo de reorganização que passa por incentivos a funcionários para deixarem a instituição.

O Santuário de Fátima (SF) e a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) negaram a 8 de Setembro existir um plano de despedimentos na instituição e recusaram a situação de falência ou insolvência. Através de comunicado lido em Fátima sem direito a perguntas dos jornalistas, o SF afirma que não está previsto nenhum plano de despedimentos, estando sim em curso um conjunto de incentivos para desvinculação voluntária.

Antes, o porta-voz do Conselho Permanente da CEP garantiu em conferência de imprensa que “não há despedimentos em qualquer sentido”. O que decorre é “um processo de gestão e reorganização da vida do SF”, através da “reforma das pessoas, com a sua antecipação, com acordo mútuo ou de outros processos que vão ao encontro dos funcionários, sempre por iniciativa deles”.

Contudo, “se [o Santuário] fosse uma empresa, ia para alguns despedimentos directos”, admitiu Manuel Barbosa, reconhecendo “dificuldades” mas assegurando que o SF continua com sustentabilidade económica.

No comunicado, o SF diz que não está, como nunca esteve, em falência nem numa situação de insolvência, visando as medidas em curso “manter uma gestão rigorosa, equilibrada e profissional para garantir preventivamente a sustentabilidade do SF no futuro”.

Quebra acentuada nos donativos

O quadro é, no entanto, complicado: Desde o início da pandemia, Fátima registou uma queda abrupta de peregrinações nacionais, na ordem dos 99%. Como consequência, houve uma quebra de 77% nos donativos e, por isso, o SF diz-se obrigado a rever as opções orçamentais, até porque no primeiro semestre de 2020 os custos fixos mantiveram-se inalterados e outros até cresceram.

No âmbito dos apoios financeiros a instituições de solidariedade social, famílias carenciadas e à Igreja, nomeadamente à Diocese de Leiria-Fátima, o SF contribuiu com 780 mil euros, acrescenta, o que significa, durante a pandemia, um aumento de 60% a pessoas necessitadas.

Em estudo, auscultando todos os trabalhadores, está a adopção de um conjunto de medidas para redução de gastos de modo a enfrentar um cenário de prolongamento da crise económica.

O SF lamenta ainda a “reiterada campanha difamatória que atinge a credibilidade da instituição e a integridade moral dos seus corpos dirigentes”. No centro da polémica está a divulgação de notícias sobre vencimentos da direcção do Santuário, que “resultam em grande parte de uma campanha organizada dentro da Igreja diocesana”, que tem “posto em causa o bom nome e a idoneidade moral da equipa que governa este Santuário”.

“Além de falsas, caluniosas e difamatórias, não traduzem a realidade dos factos, gerando ruído num tempo particularmente difícil, onde o medo impera, dada a incerteza da conjuntura nacional e internacional”, acrescenta.

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