Directora do Serviço de Medicina do CHMT esclarece o que se passou com a sua demissão
A directora do Serviço de Medicina do Centro Hospitalar do Médio Tejo, Fátima Pimenta, esclarece que os motivos que a levaram a colocar o lugar à disposição tiveram a ver com o desgaste perante situações que duravam “desde há alguns meses”.
A directora do Serviço de Medicina do Centro Hospitalar do Médio Tejo, Fátima Pimenta, esclarece que os motivos que a levaram a colocar o lugar à disposição tiveram a ver com o desgaste perante situações que duravam “desde há alguns meses”. A médica explica que o serviço vinha desde há vários meses a manifestar o seu desacordo com algumas decisões tomadas pelo conselho de administração. No esclarecimento à notícia de O MIRANTE de 1 de Outubro, diz ainda que no dia 11 de Setembro discordou de uma decisão da administração, com base numa directiva da tutela, tendo sido “ofendida” na sua “integridade profissional”.
Segundo a médica, que trabalha há 37 anos no Serviço Nacional de Saúde, passados dois dias decidiu enviar um e-mail à administração com várias notas sobre o que se estava a passar e colocou o lugar à disposição. Realça que recebeu manifestações de apoio e solidariedade de colegas do seu serviço e de outros serviços do centro hospitalar, através de dois abaixo-assinados. Conta ainda que se realizaram várias reuniões com os directores de departamentos médicos e todos manifestaram concordância com as posições que assumiu.
O conselho de administração publicou uma circular normativa no dia 15 de Setembro a nomear Isabel Martins como directora do serviço, mas a médica não aceitou a nomeação. No dia 24 o conselho de administração convoca Fátima Pimenta para uma reunião no dia seguinte, onde a médica deixou claro que “continuava, como continuo, a pensar que os doentes não Covid têm sido prejudicados no seu acompanhamento em relação aos doentes Covid. Até porque uma percentagem razoável desses doentes está internada por ausência de condições de isolamento e não por estarem doentes”, refere a O MIRANTE.
A médica diz que voltou a assumir a direcção do serviço, da qual foi demitida, já que não se demitiu formalmente (apenas colocou o seu lugar à disposição em virtude dos acontecimentos ocorridos), porque achou que devia isso ao seu serviço e aos seus colegas, garantindo que não houve qualquer contradição da sua parte.