Sociedade | 01-11-2020 15:00

Vila Franca Centro continua a ser um elefante branco sem solução

Vila Franca Centro continua a ser um elefante branco sem solução
SOCIEDADE

Três dezenas de fracções existentes no Vila Franca Centro que pertenciam à insolvente empresa Circuitos, do grupo Obriverca, foram colocadas à venda por ordem do tribunal mas não apareceram interessados.

O abandonado e devoluto Vila Franca Centro continua a ser um elefante branco no meio da cidade de Vila Franca de Xira e não se vislumbra um futuro para aquele edifício. Na última semana assistiu-se a um novo episódio no longo processo de insolvência da Circuitos - empresa do grupo Obriverca que construiu e vendeu as lojas daquele empreendimento de cinco pisos - sem que daí tenha sido vislumbrada uma solução para aquele problema. Foram a leilão electrónico decretado pelo tribunal, no âmbito da insolvência da Circuitos, 37 fracções do edifício mas apenas duas – uma garagem e uma casa em ruínas fora do centro comercial – receberam propostas por parte de interessados. Cabe agora ao administrador de insolvência decidir se aceita, ou não, o negócio.

As restantes onze lojas dentro do centro comercial que foram a leilão, com dimensões entre os 12 e os 258 metros quadrados, juntamente com um antigo snack-bar e um bar nos pisos superiores, não tiveram interessados e ficaram por vender. A venda dos imóveis foi decretada pelo tribunal da cidade no âmbito do processo de insolvência da Circuitos, depois de não terem sido vendidas no primeiro leilão, que se realizou em 2017.

A Circuitos acumulou dívidas na ordem dos três milhões de euros a várias entidades e em 2016 o maior credor da empresa, o Banco Popular, hoje Santander, requereu a abertura de insolvência. Outros credores incluíam o Novo Banco, a empresa de segurança PSG e os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Vila Franca de Xira. Além das lojas e arrecadações que pertenciam à Circuitos, no interior do centro comercial, há também 60 lojas que pertencem a proprietários individuais.

A Circuitos construiu o Vila Franca Centro em 1993 no local onde em tempos existia um cine-teatro. O edifício de cinco pisos foi inaugurado em Novembro de 1994. Foi definhando e fechou portas em Outubro de 2013.

Adiada reabertura do estacionamento

O estacionamento subterrâneo do centro foi comprado em 2018 pela Câmara de Vila Franca de Xira por uma verba a rondar os 200 mil euros. Era intenção do presidente do município, Alberto Mesquita, abri-lo e colocá-lo em funcionamento ao público até final deste ano mas isso já não deverá acontecer, uma vez que depois de concluídas as obras de limpeza do espaço foi constatado que este precisa de mais obras do que as inicialmente planeadas. Tal situação, aliada ao cenário pandémico e à dimensão das obras que é preciso realizar nos pisos inferiores e superiores, forçam o município a recuar e a não abrir o espaço em breve.

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