Sociedade | 24-11-2020 18:00

Azambuja veste-se de negro e sai à rua contra o aterro

Azambuja veste-se de negro e sai à rua contra o aterro

Presidente do município apela à CCDR-LVT para não renovar licença ambiental do polémico depósito de lixo, que tem sido alvo de muita contestação devido aos efeitos nocivos para o meio ambiente.

Com o aproximar da decisão sobre a renovação da licença do aterro situado às portas de Azambuja, a população e autarcas estão novamente a sair à rua, de forma faseada e vestidos de negro, para protestar contra aquilo que consideram tratar-se de um crime ambiental e atentado à saúde pública. Na quinta-feira, 12 de Novembro, O MIRANTE acompanhou a caminhada do executivo municipal de Azambuja e de representantes do Movimento de Oposição ao Aterro de Azambuja (MOAA) até ao aterro de resíduos industriais não perigosos, que para já só tem autorização para laborar até Maio de 2021.

“O cheiro é nauseabundo e infelizmente as câmaras não conseguem passá-lo”, adverte Teresa Valentim, representante do MOAA. No céu, as dezenas de aves a sobrevoar o aterro atraem a atenção dos caminhantes e o seu regresso faz adivinhar que também está de volta a deposição de resíduos biodegradáveis. E com isso a continuidade de um problema de saúde pública, já que as aves também sobrevoam zonas urbanas, largando lixo ou vestígios do aterro por onde passam.

Junto ao aterro é possível verificar que parte da montanha de lixo que antes era visível da Estrada Nacional 3 encontra-se agora coberta com terra. Uma espécie de “preparação que fizeram para taparem os olhos, assim que se falou na caminhada”, atira António Pires, do MOAA, insistindo que ter um aterro tão próximo de populações e onde amianto é depositado na mesma célula que recebe resíduos biodegradáveis é “um crime ambiental e um atentado à saúde pública”.

Mas o problema que retém as novas aflições de quem ali reside diz respeito à expansão do aterro que, se receber a renovação da licença, vai ser ampliado e ficar ainda mais próximo de habitações. “A terceira célula - para deposição de resíduos- vai ficar a 200 metros de habitações” e isso, considera o vereador do PSD, Rui Corça, “é inadmissível”, porque “o que existe hoje já é um crime contra a população”. Teresa Valentim acrescenta: “Não quero deixar para as minhas filhas e os meus netos um problema com essa envergadura”.

“Todas as entidades deste país que fazem pareceres sentados à secretária deviam ser obrigados a vir aqui ver a realidade. E têm agora a oportunidade de corrigir esse erro”, destaca o vereador, num apelo feito numa altura em que ainda é possível à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo chumbar a renovação da licença.

Autarca apeLa à presidente da CCDR que não renove licença

O presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa, já solicitou à presidente da CCDR que impeça a renovação da licença ambiental. A O MIRANTE, o autarca referiu ainda que teve oportunidade de transmitir a Teresa Almeida as preocupações que afligem os seus munícipes e de lhe entregar o processo e fotografias sobre aquela estrutura.

O período de consulta pública para o projecto de renovação da licença ambiental do aterro gerido pela Triaza terminou a 10 de Novembro e teve 95 participações, entre elas os pareceres negativos da Câmara e Junta de Freguesia de Azambuja.

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