O rio Tejo tem sido alvo de vários focos de poluição nas últimas semanas na zona do açude de Abrantes. O caso mais recente foi denunciado a 18 de Novembro por Pedro Costa, cidadão que publicou fotografias nas redes sociais. A situação não é única. A 11 de Novembro outro cidadão, Pedro Martinho, captou imagens de vídeo onde é visível bastante espuma branca junto às margens do Tejo, também na zona do açude de Abrantes.

O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Valamatos (PS), disse a O MIRANTE que assim que teve conhecimento do que se estava a passar contactou a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) que esteve no local a recolher amostras de água e está a tentar perceber a origem do foco poluente.

Em resposta a pedido de esclarecimentos da ProTejo, a APA informou que monitoriza o rio Tejo de dois em dois dias em nove estações, desde Perais até Constância, com medição no local dos parâmetros pH, temperatura e oxigénio. A APA diz que se deslocou ao local após as notícias veiculadas nas redes sociais não tendo verificado a “ocorrência de espuma mostrada nos vídeos partilhados”, tendo enviado várias fotografias a demonstrar recolha de amostras de água. “Os valores de oxigénio dissolvido registados durante o mês de Novembro no açude de Abrantes têm cumprido o valor minuto para o Bom Estado”, afirma essa entidade.

O vereador do Bloco de Esquerda na Câmara de Abrantes, Armindo Silveira, que também pertence ao movimento ProTejo, contou a O MIRANTE que, no final de Outubro, começou a observar espuma no leito do rio na zona do Tramagal e ficou atento à situação.

Armindo Silveira refere que a ProTejo enviou uma exposição do que se está a passar à APA para que não se repitam situações como as que ocorreram em Janeiro de 2018. “É uma situação muito grave o que se está a passar novamente no rio Tejo e que tem que ser denunciado para que o Governo possa intervir e impedir a poluição no rio”, sublinha.

Em Maio deste ano o ambientalista Arlindo Consolado Marques denunciou mais um caso de poluição no Tejo na zona de Ortiga, concelho de Mação. O ‘guardião do Tejo’, como é apelidado pela sua luta contra a poluição, diz que o que se está a passar no maior rio português é vergonhoso.