Sociedade | 13-12-2020 07:00

Demissão de Vasco Estrela causa desconforto na Tejo Ambiente

Demissão de Vasco Estrela causa desconforto na Tejo Ambiente
DESPORTO

Anabela Freitas, presidente da empresa intermunicipal de água e saneamento, discorda da opinião do autarca de Mação, que criticou a calendarização dos investimentos por considerar que o seu concelho estava a ficar para trás.

A presidente da empresa intermunicipal Tejo Ambiente, Anabela Freitas, que também é presidente da Câmara de Tomar, admite que a decisão do presidente do município de Mação, Vasco Estrela, de se demitir do cargo de presidente da assembleia-geral da Tejo Ambiente provoca “algum desconforto” junto dos decisores da empresa. “É importante que cada um dos concelhos veja a entidade como sua e não algo como nós e eles”, disse a autarca a O MIRANTE.

Anabela Freitas discorda das declarações de Vasco Estrela, quando este afirma não estar satisfeito com a gestão e prossecução dos investimentos para o concelho de Mação por parte da Tejo Ambiente, e afirma que não correspondem à realidade. “A Tejo Ambiente entende que os investimentos devem obedecer a alguns critérios como resolver os problemas detectados de forma a prestar um serviço de qualidade às populações. Devem ainda ser equilibrados do ponto de vista financeiro e se os problemas podem ser resolvidos com soluções financeiramente mais equilibradas devem ser executados. Não nos podemos esquecer que estamos a falar de dinheiros públicos e o enfoque deve ser na resolução dos problemas”, sublinha.

Anabela Freitas acrescenta que as candidaturas aprovadas para o concelho de Mação, tal como as dos outros cinco municípios que integram a empresa, não estão a ser executadas ainda porque não se pode executar obra sem projectos de execução nem aprovação das entidades competentes.

A presidente da Tejo Ambiente explica que para Mação estão previstos vários investimentos, quer no abastecimento de água quer no saneamento, inscritos em Plano de Investimentos Plurianuais, até 2025. Dos investimentos previstos no sistema de abastecimento de água estão já aprovados pelo Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUS) dois no valor global de 5.380.512 euros.

No entanto, sublinha Anabela Freitas, estes investimentos vão ser feitos na totalidade no sistema em alta, que não é competência da Tejo Ambiente. Por isso, a este valor acresce ainda cerca de 5.5 milhões de euros no sistema em baixa.

Em relação ao saneamento, estão previstos investimentos de 4.701.905 euros, sobretudo para construção e beneficiação de ETAR, bem como renovação e ampliação de redes. Segundo Anabela Freitas, vão ainda ser feitos investimentos em eficiência hídrica em todos os seis concelhos, no valor de 2.473.535 euros, dos quais 29% correspondem ao concelho de Mação.

Vasco Estrela criticou o facto da maioria dos investimentos ser feito nos concelhos de Ourém e Tomar. Anabela Freitas responde que, desde a criação da Tejo Ambiente, ficou definido que o maior volume de investimentos estaria contemplado para esses concelhos por serem os mais populosos. “Não é algo que se possa dizer que se desconhece. Além disso, a Tejo Ambiente já opera em Tomar e Ourém desde 1 de Janeiro deste ano e começou em Mação cerca de seis meses depois, o que leva a que os processos estejam mais adiantados. No entanto, em todos os concelhos estão a ser executados investimentos”, conclui.

Vasco Estrela diz que Mação está a ser prejudicado

Como O MIRANTE noticiou há duas semanas o presidente da Câmara de Mação demitiu-se do cargo de presidente da assembleia-geral da empresa intermunicipal Tejo Ambiente, que entrou em funcionamento em Janeiro de 2020. Vasco Estrela (PSD) disse a O MIRANTE discordar da gestão e prossecução dos investimentos para o concelho de Mação.

“Quando se estava a criar a empresa foram definidos investimentos para o concelho de Mação que estão sempre a ser adiados e querem fazer algumas alterações que prejudicam o concelho. Têm-se verificado investimentos noutros concelhos, nomeadamente Ourém e Tomar, e não acontece o mesmo em Mação”, criticou.

O autarca afirma não fazer sentido o município de Mação e o seu presidente liderarem a assembleia-geral da empresa, quando Vasco Estrela está em desacordo com a forma como as coisas estão a ser geridas. “A minha demissão é um protesto simbólico por não concordar com os critérios que estão a ser seguidos. Quero marcar uma posição e defender os interesses dos munícipes de Mação”, afirmou a O MIRANTE.

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