PCP condena abate de animais na Herdade da Torre Bela
Comunistas alertam para negócio da caça que nada tem a ver com a tradição secular.
O PCP condenou o abate de 540 animais na Herdade da Torre Bela, concelho da Azambuja, e alertou que montarias como a que aconteceu na passada semana não se trata da caça, mas sim de um negócio.
Em comunicado, o PCP sublinhou que “caça não significa matança e que a situação em concreto nada tem a ver com a tradição secular” existente em Portugal, que “envolve as componentes da actividade ao ar livre, da contribuição para o controlo das espécies e da dinamização do mundo rural”.
As montarias como a que aconteceu no fim de semana, na Herdade da Torre Bela, Azambuja, são “um negócio, com valores por participante que podem, segundo os elementos públicos da empresa, superar os 10.000 euros por participante, percebendo-se a quem serve”, acrescenta-se no comunicado.
Os comunistas argumentam ainda que “o abate de 540 animais de caça grossa” deve ser investigado para apurar “a sua cobertura legal e a identificação dos responsáveis pelos actos em questão”. E se confirmarem “ilegalidades”, a lei em vigor deve “ser aplicada na punição dos responsáveis”, acrescenta.
Este caso também “ilustra a falta de meios humanos e técnicos do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF)”, que o PCP afirmou ter proposto reforçar no Orçamento do Estado de 2021, mas PS, PSD e CDS chumbaram.
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) já fez saber que vai suspender a licença da Zona de Caça de Torre Bela, com efeitos imediatos, e que apresentou ao Ministério Público uma participação de crime contra a preservação da fauna.
Na segunda-feira, o Instituto da Conservação da Natureza abriu um processo para averiguar junto da Zona de Caça Turística de Torre Bela, concessionada à Sociedade Agrícola da Quinta da Visitação, SAG, Lda., “os factos ocorridos e eventuais ilícitos” relacionados com estes abates.