Idália Serrão perde pelouros na Associação Mutualista Montepio

Ex-deputada socialista deixou de ter responsabilidades sobre as áreas contabilística e financeira por não possuir competências adequadas.
A ex-secretária de Estado e ex-deputada socialista Idália Serrão foi afastada dos pelouros financeiro e de contabilidade que exercia na Associação Mutualista Montepio. A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) considerou que Idália Serrão não tinha competências adequadas para desempenhar essas funções. A decisão é datada de Novembro último, segundo relata o Nascer do SOL.
Idália Serrão, que é vogal da administração da Associação Mutualista Montepio desde 2019, tinha assumido os pelouros ligados às contas em Março de 2020, após a saída da instituição do anterior presidente, Tomás Correia. A ex-vereadora da Câmara de Santarém mantém no entanto o pelouro referente às residências de idosos, noticia o mesmo jornal.
Licenciada em Serviço Social, Idália Serrão teve nos últimos vinte anos uma ascensão meteórica na política: começou como presidente da Junta de Freguesia de Almoster, foi vereadora na Câmara de Santarém, deputada e secretária de Estado adjunta e da Reabilitação. Renunciou ao mandato de deputada em Janeiro de 2019 para assumir funções na administração da Associação Mutualista Montepio, uma cadeira de sonho onde a remuneração mensal cresceu substancialmente.
Percurso político começou na Junta de Freguesia de Almoster
Foi José Miguel Noras, então presidente da Câmara de Santarém, quem ajudou Idália a dar os primeiros passos no PS escalabitano, na segunda metade da década de 1990. Em troca, Idália Serrão (na altura Idália Moniz, apelido emprestado do seu marido à época, o cantor e compositor Carlos Alberto Moniz) apoiou Noras na vitória contra Rui Barreiro pela liderança da concelhia socialista. Mais tarde, Idália Moniz passou para o outro lado da barricada e integrou o grupo de apoiantes de Rui Barreiro, quando este decidiu candidatar-se à câmara afrontando José Miguel Noras. O “prémio” foi a inclusão na lista de Barreiro em lugar elegível, que culminou na eleição para vereadora no final de 2001.
A partir daí foi sempre a subir. Essa ascensão meteórica permitiu-lhe passar a movimentar-se na sede nacional do PS, em Lisboa, como poucos conterrâneos o haviam conseguido até aqui. Basta dizer que foi o primeiro militante do PS escalabitano a fazer parte do secretariado nacional, núcleo restrito de pessoas de confiança do secretário-geral, à época José Sócrates. Chegou ao Governo e à Assembleia da República, esteve na cúpula dirigente do PS, foi líder distrital do Departamento de Mulheres do PS e foi candidata a eurodeputada, não tendo sido eleita.
Em 2013 candidatou-se a presidente da Câmara de Santarém, tentando explorar as brechas existentes no PSD escalabitano e recuperar o município para os socialistas, mas as coisas não correram de feição e foi derrotada por Ricardo Gonçalves (PSD). Renunciaria ao mandato de vereadora três anos depois, quando já era novamente deputada à Assembleia da República. Cargo que deixou para se dedicar ao Montepio.