Família de idoso desaparecido em Alverca coloca cartaz na A1

José Silva desapareceu há sete meses sem deixar rasto. Família sente-se abandonada pelas autoridades e lança petição a exigir alterações aos procedimentos de investigação em caso de desaparecimento.
A família de José Silva, de 73 anos, continua a manter a esperança e não desiste de o procurar. Quase sete meses após o desaparecimento do idoso que sofre de demência, os seus familiares colocaram um cartaz na autoestrada do Norte (A1), em Alverca, para não deixar o caso cair no esquecimento, e na tentativa de obterem alguma informação sobre o seu paradeiro.
No dia em que desapareceu, em Setembro do ano passado, só a família o procurou, “toda a noite, sem dormir”, contou a filha mais nova, Vera Silva a O MIRANTE, lamentando a actuação da polícia que só fez buscas durante dia e meio.
O caso seguiu para tribunal, mas a investigação não chegou a avançar, levando a família de José Silva a procurar um escritório de advogados para dar seguimento à investigação do desaparecimento.
Além de terem conseguido a cedência de um outdoor na A1 pelo prazo de um mês, onde colocaram a fotografia do idoso e um apelo, está a ser organizada uma nova busca, que contará com a ajuda de populares.
Segundo o escritório de advogados que acompanha o caso, um funcionário da Brisa terá dado boleia “a um indivíduo que deambulava pela auto-estrada, com as características de José Silva”, três dias após o seu desaparecimento. Espera-se agora, que esse funcionário possa avistar o cartaz na A1 e contactar o consultor forense, João Sousa.
Petição com duas mil assinaturas
Por considerarem que as entidades oficiais não dão “a segurança e confiança”, nem a “serenidade e apoio indispensáveis às famílias que experimentam o verdadeiro terror e desespero de não saberem dos seus entes queridos”, as filhas de José Silva lançaram uma petição online que pretende levar a discussão na Assembleia da República (AR) a forma como se investigam os desaparecimentos.
“Jovens com 15 anos, seniores saudáveis mental e fisicamente ou com patologias do foro psíquico desaparecem em Portugal e a resposta do Estado e das entidades/autoridades responsáveis é maioritariamente insuficiente ou inexistente”, lê-se no texto que acompanha a petição que já arrecadou duas mil assinaturas, mas que precisa de chegar às 7.500 para ser discutida em plenário da AR.
José Silva vestia calças de ganga e uma camisa vermelha, no dia do seu desaparecimento. Tem barba e cabelo grisalho e nenhum documento de identificação consigo. Nasceu no dia 17 de Outubro de 1947 na localidade de Subserra, na União de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz.