Sociedade | 09-04-2021 10:00

Abrantes contesta preço da água anunciado pela Deco

Abrantes contesta preço da água anunciado pela Deco
SOCIEDADE
Manuel Valamatos

Presidente do município quer que a associação de defesa do consumidor reveja estudo que coloca Abrantes no topo da tabela das facturas mais caras do Médio Tejo.

O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Valamatos (PS), insurgiu-se contra um estudo da Deco Proteste que coloca Abrantes como o segundo município do Médio Tejo que praticava, em 2020, o preço mais elevado na factura da água. Na última reunião do executivo municipal, o autarca disse esperar que a organização da defesa do consumidor “reveja o estudo”, porque Abrantes é o sexto município com a água mais barata para o consumidor doméstico e o segundo mais barato para o comércio no conjunto dos 13 municípios do Médio Tejo.

O estudo da Deco refere que é necessário poupar água, uma vez que em alguns concelhos a mudança de escalão quase duplica o valor a pagar, sendo os municípios que integram a Tejo Ambiente onde esse aumento é mais notório. No caso de Abrantes, para uma média de consumo de 120 metros cúbicos (m3) anuais, em 2020 o aumento era de 327,33 para 437,46 euros.

Manuel Valamatos vincou que o estudo refere apenas a factura do valor da água, sem mencionar que a mesma agrega o saneamento e resíduos sólidos urbanos, considerando que “misturar os três serviços e falar de água não é um estudo aceitável”. Além disso, destacou, não diferencia o consumidor doméstico do não doméstico.


Para justificar os preços praticados, o autarca, que também é presidente dos Serviços Municipalizados de Abrantes, referiu que o concelho “tem um nível de qualidade da água extremamente elevado (99,97 por cento)”, níveis de perda de água inferiores à média, uma prestação de serviços de grande qualidade e grandes investimentos nesta área.


“Em breve faremos a inauguração do sistema de abastecimento do sul do concelho a partir de Castelo de Bode”, adiantou, depois de já ter referido que Abrantes tem uma cobertura de abastecimento de água de 100 por cento, com 29 captações, 61 reservatórios, 22 estações elevatórias, uma estação de tratamento de águas e 759 km de conduta. “Estão aqui muitos milhões de investimento e é óbvio que é repercutido nas tarifas dos cidadãos”, afirmou, acrescentando que se pretende no futuro fazer baixar Abrantes da sexta posição.


ALTERNATIVAcom pede explicações

A posição do presidente do município surge depois de o movimento ALTERNATIVAcom, que vai concorrer como lista independente às próximas eleições autárquicas em Abrantes, emitir um comunicado onde pede explicações ao município sobre o preço da água, que considera elevado.

No mesmo documento, que se baseia no estudo da Deco, refere que nos últimos cinco anos as tarifas da água em Abrantes “aumentaram seis por cento, e só não aumentaram mais pelo facto de, em anos de eleições autárquicas, os aumentos serem menores”.

Contra adesão à Tejo Ambiente

O presidente da Câmara de Abrantes sublinhou ainda que foi contra a adesão do município à empresa intermunicipal Tejo Ambiente, responsável pelos serviços de abastecimento de água e saneamento em cinco municípios do Médio Tejo, e mantém a sua posição. “Os serviços municipalizados são um património dos abrantinos que defendemos”, disse.

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