Sociedade | 13-04-2021 18:00

Ribeira de Alverca é um esgoto a céu aberto

Ribeira de Alverca é um esgoto a céu aberto
SOCIEDADE

Curso de água junto da Rua José Martinho dos Santos tem dado dores de cabeça aos moradores. Maus cheiros têm sido cada vez mais frequentes e intensos. Junta de freguesia desconfia de escorrências do aterro de Mato da Cruz.

O Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR está a investigar a origem das águas poluentes que estão a aparecer no rio Crós-Cós e a causar incómodos a quem vive junto da ribeira da Quinta da Ómnia, em Alverca.

O excesso de resíduos acumulados na ribeira, que passa junto à Rua José Martinho dos Santos, tem levado a um acumular de águas esbranquiçadas com cheiro acre intenso que nos dias de maior calor tem causado incómodos nos moradores. Alguns residentes criticam também o excesso de melgas, mosquitos e ratazanas que a situação tem originado.

A Câmara de Vila Franca de Xira conhece a situação e já recebeu informação da situação. Na última reunião de câmara o assunto foi também debatido com António Oliveira, vice-presidente do executivo e presidente do conselho de administração dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS), a referir que os técnicos estão no terreno a tentar apurar as causas para a situação.

“As indicações que temos é que é uma situação sazonal e que não é a primeira vez que se verifica. Confirmamos que já está a ser alvo de uma intervenção do SEPNA a pedido da câmara municipal”, afirma o autarca. Os técnicos do laboratório municipal dos SMAS também estão a realizar recolhas de água a montante para tentar identificar a causa das águas poluídas.

Uma vez que a ribeira atravessa sobretudo malha urbana da cidade de Alverca, onde não há fábricas, e nasce precisamente debaixo do aterro sanitário de Mato da Cruz, o presidente da junta de freguesia, Carlos Gonçalves, admite que as águas poluídas possam ter como origem esse equipamento. Algo que a empresa responsável pelo aterro, Valorsul, já tinha negado há algum tempo.

“Temos conhecimento do que se está a passar e vemos isto com muita preocupação. Pensamos que poderá tratar-se, não temos a certeza, de lixiviados do aterro porque o cheiro que se sente na ribeira da Ómnia é semelhante ao cheiro que os moradores de Arcena sentem lá no alto da ribeira ao pé do aterro”, explica Carlos Gonçalves a O MIRANTE.

Com os moradores em casa por causa do dever geral de recolhimento, a situação tem gerado várias queixas, uma das últimas de Isabel Ramos, residente na zona, que lamenta o cheiro nauseabundo e odor a esgoto que nem sequer permite a quem ali vive usufruir das janelas das habitações.

Nos últimos dias as chuvas permitiram diminuir um pouco os problemas mas alguns moradores, escutados por O MIRANTE, temem que a chegada dos dias mais quentes possa vir a agravar o cenário.

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