Sociedade | 06-05-2021 18:00

A agricultura não pode viver de ciclos eleitorais e é preciso olharem para o Tejo

A agricultura não pode viver de ciclos eleitorais e é preciso olharem para o Tejo
ENTREVISTA

Luís Seabra, presidente da Associação de Agricultores do Ribatejo, defende a construção rápida de barragens no Tejo para se garantir o armazenamento de água

A Associação de Agricultores do Ribatejo, em Santarém, tem 45 anos e representa 350 associados. Sedeada em Santarém, a organização tem passado despercebida, à sombra da Confederação dos Agricultores de Portugal, da qual faz parte, mas agora quer sair da linha e fazer um percurso próprio na intervenção política em prol da agricultura da região. Uma mudança de estratégia iniciada com a nova direcção, liderada por Luís Seabra, um homem durante antes ligado aos sistemas de rega e que ao longo da conversa vai sempre resvalando para o tema da água, onde se sente como um peixe.

Nesta entrevista, o presidente da associação elogia o projecto Tejo de regadio no distrito de Santarém, mas considera que não vale a pena estar a falar da construção de represas ou pequenas barragens para rega se não se resolver o problema de falta de água no rio. Defende a construção rápida de barragens no Tejo para se garantir o armazenamento de água, sob pena de agricultura na zona de solos mais ricos ficar comprometida e de Vila Franca de Xira perder 10 mil hectares de produções que dependem directamente da água do rio, onde já se registam problemas de salinidade.

A Associação de Agricultores tem 45 anos de existência, mas até parece que nem existe. Não tem tido intervenção pública nem divulga as suas actividades.

Somos associados da CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal) e a associação tem-se conduzido através da representação da CAP, que concentrava toda a acção política. Toda a visibilidade era por via dela até 2019, quando entrou esta nova direcção da associação e começou a fazer trabalho individual.

Fala-se sempre muito no Tejo, sobretudo em campanhas eleitorais, porque é que não se faz nada?

Uma coisa é projectar um país para décadas. Outra é projectar para anos eleitorais, que é o que tem sido feito. Isto não se resolve em quatro anos. É precisa credibilidade política, transparência e verdade nos projectos e que exista envolvimento nacional, de todos os partidos. Não se faz porque não se quer. Por exemplo, a barragem do Alvito, que se fala para o Tejo, está projectada desde 1957. Portugal sabe tudo sobre água desde a década de 50.

*Leia a entrevista completa na edição semanal em papel desta quinta-feira, 6 de Maio

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