Empresários preocupados com falta de mão-de-obra especializada
Fórum PME Global, organizado pela Ageas Seguros, realizou-se no Convento de São Francisco, em Santarém.
Os empresários da região têm dificuldade em encontrar mão-de-obra especializada, o que tem provocado constrangimentos em alguns sectores de actividade, nomeadamente na agricultura. A informação foi dada pela directora de Marketing da Ageas Seguros, Alexandra Catalão, no segundo ciclo de conferências do Fórum PME Global organizado pela Ageas Seguros. A iniciativa, que decorreu na tarde de quinta-feira, 20 de Maio, no Convento de São Francisco, em Santarém, foi a primeira depois da pandemia e que contou com a presença de público.
Outro problema abordado durante a mesa redonda, moderada pelo jornalista Camilo Lourenço, é a falta de experiência dos alunos antes de entrarem no mundo do trabalho. O administrador da empresa Olitrem, S.A, Armando Ferreira, afirmou que existe um grande défice programático nos cursos superiores. Uma opinião partilhada pelo presidente da Nersant, Domingos Chambel.
Armando Ferreira defende que a relação entre empresas e universidades e politécnicos é fundamental. “Os alunos, futuros trabalhadores, aprendem mais nas empresas do que na aulas. Os conteúdos programáticos estão muito desfasados da realidade e têm que ser alterados”, disse. O presidente da Nersant defende uma mudança de paradigma com os cursos a incorporarem experiência em empresas.
O director executivo da Adega Cooperativa do Cartaxo, Fausto Silva, explicou que essa organização começou a crescer a partir do momento em que iniciaram um processo de inovação. “Ao apostarmos em castas de qualidade melhorámos a qualidade do vinho, o que fez com que as vendas crescessem e actualmente estamos no Top20 das adegas mais premiadas a nível nacional”, disse, acrescentando que o sucesso deve-se a muita resiliência e à aposta numa imagem que rompeu com o tradicional.
Santarém pode transformar-se num grande centro urbano com mais qualidade de vida
Paulo Carmona, membro da direcção da Ordem dos Economistas, considera que o envolvimento dos núcleos de associações empresariais com os politécnicos é muito importante. “As empresas vão instalar-se onde há talentos”, refere. Paulo Carmona afirmou que Santarém pode vir a ser, dentro de dez anos, um grande centro urbano, com a vantagem de ter mais qualidade de vida.
“A distância aos grandes centros urbanos foi esbatida com a transformação digital que a pandemia originou. Hoje já não precisamos de estar em Lisboa ou no Porto para trabalharmos. Podemos lá ir uma ou duas vezes por semana mas já não precisamos de lá viver. Podemos viver em locais, como Santarém, onde há maior qualidade de vida e estamos tão perto do campo”, destacou acrescentando que Santarém tem um grande potencial para crescer.
O moderador do debate, Camilo Lourenço, afirmou que a pandemia fez muito mais pela digitalização do que todas as campanhas. Os escritórios da Microsoft Portugal, como explicou o director executivo para Parceiros e PME da Microsoft, Abel Aguiar, estão encerrados há mais de um ano numa empresa com 1.200 funcionários.
Seguros são cada vez mais importantes para prevenir imprevistos
O CEO da Ageas Seguros, José Gomes, falou dos desafios dos gestores e empresários para aumentar a competitividade e explicou a importância destas iniciativas, criadas há dois anos. José Gomes alertou para a importância dos seguros na prevenção de problemas para as empresas. “Os empresários já têm noção da importância dos seguros mas ainda há um longo percurso a fazer em relação a uma visão global de quais os riscos e como minimizá-los”, afirmou a O MIRANTE momentos antes do início do Fórum.