A obesidade é um problema premente na actualidade e que “precisa urgentemente de ser tratada como uma doença crónica e reincidente”. Este é um apelo da Sociedade Europeia de Endocrinologia, que é subscrito por outras associações ligadas à luta contra o problema da obesidade.

Segundo números da Organização Mundial de Saúde (OMS) estima-se que 650 milhões de adultos vivam com obesidade em todo o mundo. Em Portugal, de acordo com um inquérito nacional de Saúde, em 2019, 1,5 milhões de pessoas eram obesas.

De salientar que a obesidade é um factor de risco para várias outras comorbilidades, como o aumento do risco de morte por Covid-19; aumenta o risco, até 80%, dos casos de diabetes tipo 2; 35% dos casos de doença cardíaca isquémica; 55% dos casos de hipertensão arterial; e 40% dos casos de cancro na Europa.
A juntar à lista do risco para a saúde há o impacto económico. Em 2014 estimava-se um custo de mais de 120 mil milhões de euros em cuidados de saúde prestados na Europa associados ao excesso de peso e obesidade, número que se prevê que chegue aos 197 mil milhões até 2025.

Segundo a Sociedade Europeia de Endocrinologia, actualmente mais de metade dos europeus têm excesso de peso ou obesidade, realidade que também se aplica a Portugal. A Comissão Europeia já publicou um documento sobre a prevenção da obesidade, embora ainda não tenham sido tomadas medidas para implementar um tratamento uniforme da obesidade como doença endócrina crónica em toda a Europa, sendo esta considerada como doença apenas em Portugal, Itália e Holanda.

“É urgente implementar uma mudança na forma como o nosso país aborda a obesidade. É importante relembrar a toda a população que perder peso significa ganhar saúde e que o médico pode ser o melhor aliado na luta contra o excesso de peso”, afirma Paula Freitas, presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPOE).