Sociedade | 05-06-2021 10:00

Negócio da Casa Mortuária de Fátima continua na ordem do dia

Negócio da Casa Mortuária de Fátima continua na ordem do dia
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Bernardo Mendes Fonseca é empresário da cidade, ligado à funerária Os Pastorinhos, e foi envolvido no negócio, embora apenas por ter vendido a empresa a quem foi feito o ajuste directo.

A Junta de Freguesia de Fátima arrendou a casa mortuária por ajuste directo à empresa Bernardo Mendes Ferreira da Fonseca Unipessoal, Lda, quando essa mesma empresa já não pertencia à pessoa que a criou. Bernardo Mendes Ferreira da Fonseca é um jovem empresário de Fátima, de 25 anos, actual responsável pela agência funerária Os Pastorinhos, situada no centro da cidade. A sua família já trabalha na área dos funerais há mais de meio século. O MIRANTE sabe que Bernardo Fonseca criou a empresa para se estabelecer como empresário mas entretanto mudou de ideias.

Fonte muito próxima de todo este processo conta a O MIRANTE que um advogado conhecido de Bernardo Fonseca, depois de saber que ele tinha uma empresa sem actividade, sugeriu que a vendesse pois conhecia pessoas interessadas. Foi com a empresa com o nome de Bernardo Fonseca que a Junta de Fátima, liderada por Humberto Silva (PSD), fez o ajuste directo para arrendamento da casa mortuária, em Dezembro de 2019. O arrendamento começou a funcionar em Fevereiro de 2020. Poucos meses depois a empresa em nome individual foi encerrada dando lugar à empresa Complexo Fúnebre de Fátima, que é detida por outras duas empresas, “Ritmos do Silêncio” e “Exuberantazul, Lda”, ambas sediadas em Setúbal.

O arrendamento da casa mortuária da cidade de Fátima por ajuste directo tem levantado muita polémica. Muitas das pessoas com quem O MIRANTE conversou não concorda com o arrendamento do local e defendem que a casa mortuária é do povo. Há quem estranhe o negócio porque, em média, não se realizam mais do que cinco funerais por mês. “Que isto é tudo muito estranho é. Para que é que empresários de fora querem vir investir em Fátima quando aqui há tão poucos funerais? E porque é que o presidente da junta fez tudo isto sem dar explicações nem sequer à assembleia de freguesia”, questiona e lamenta um dos autarcas ouvidos por O MIRANTE.

Humberto Silva continua a escudar-se na lei para tomar esta decisão à revelia do órgão fiscalizador, que é a assembleia de freguesia. Carina Oliveira, presidente da assembleia de freguesia, do mesmo partido de Humberto Silva, solicitou um parecer juridico que ainda não chegou. Em conversa com O MIRANTE diz que não pode nem deve falar do assunto já que a decisão é do executivo da junta e que a sua missão está cumprida.
Segundo o contrato de arrendamento, a empresa está autorizada a realizar obras no local ou benfeitorias e compromete-se a efectuar obras de requalificação na casa mortuária, como colocação de ar condicionado; manutenção e reparação do telhado; substituição de materiais danificados; pintura interior e exterior de todo o edifício; arranjos exteriores, principalmente no jardim e calçada, entre outros pormenores. A empresa também está autorizada a fazer sub-arrendamentos dos espaços destinados a marmorista e florista.

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