Sociedade | 11-06-2021 15:00

Biblioteca camoniana ao abandono na Casa-Memória de Camões

Biblioteca camoniana ao abandono na Casa-Memória de Camões
SOCIEDADE

A Casa-Memória de Camões, em Constância, poderia ser um local bastante nobre onde se homenageasse, de facto, a memória do poeta. No entanto o espaço continua fechado aguardando que melhores dias proporcionem a sua dinamização e permitam dar a conhecer ao público os cerca de cinco mil livros que se encontram ao seu cuidado, prontos a serem catalogados.


A única Casa-Memória do país dedicada a Camões encontra-se em Constância, na vila onde o poeta terá vivido e conhecido uma das suas musas. Naquela casa, que continua fechada ao público por falta de verbas que permitam dinamizar o espaço, estão cerca de 5 mil livros, entre eles a biblioteca pessoal de Manuela de Azevedo, amontoados, à espera de serem catalogados. Alguns dos livros que faziam parte do acervo à guarda da Associação Casa-Memória de Camões terão mesmo desaparecido.
O assunto foi trazido a público por José Luz, presidente do conselho fiscal da Associação Casa-Memória de Camões, que afirmou que se perdeu bibliografia camoniana doada há muitos anos à Casa-Memória, por ter ficado danificada. Os livros em causa fariam parte da biblioteca de Victor Fontes, cedida à associação ainda no tempo da sua fundadora, Manuela de Azevedo.
Questionado por O MIRANTE sobre o alegado desaparecimento da referida bibliografia, António Matias Coelho, actual presidente da direcção da Casa-Memória, esclareceu que esses livros foram de facto doados no tempo de Manuela de Azevedo e foram guardados pela historiadora com o apoio da funcionária numa casa anexa à Casa-Memória. Manuela de Azevedo, pela sua idade, afastou-se da associação e, apenas alguns anos depois, a nova direcção teve conhecimento de que existiam livros na casa devoluta. Parte desses livros estava já desfeita pela água e pelo tempo enquanto outros foram recuperados.
São esses livros, que ainda se conseguiram recuperar da casa devoluta e que farão parte da biblioteca de Victor Fontes, juntamente com outros, que estão agora numa sala da Casa-Memória à espera de serem catalogados. Matias Coelho garante que a perda de muitos livros não foi por irresponsabilidade da actual direcção, ou da anterior, mas sim por desconhecimento de que os mesmos se encontravam depositados naquele edifício.
Quanto à demora na catalogação dos livros o presidente explica que ainda não houve verba para contratar um especialista que o faça, pois é um trabalho que exige conhecimento e não pode ser feito por qualquer pessoa.

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