Sociedade | 15-06-2021 10:42

Mais de 40% dos portugueses diz que corrupção está a aumentar

Mais de 40% dos portugueses diz que corrupção está a aumentar
NACIONAL
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Mais de 40 por cento dos portugueses considera que a corrupção aumentou em 2020, apontando banqueiros, deputados e empresários como os mais corruptos. Um terço dos europeus afirma que a corrupção está a piorar no seu país.

Um inquérito realizado entre Outubro e Dezembro de 2020 a mais de 40 mil pessoas em 27 países da Europa revelou que os europeus consideram que a corrupção está a aumentar. 41% dos inquiridos em Portugal declarou que a corrupção piorou nos 12 meses anteriores.

Outros 41% declararam que a corrupção está na mesma e só 13% considera que houve melhorias. No resto dos países europeus, a percepção de que a corrupção aumentou varia entre 65% dos cidadãos de Chipre que o declararam e os 16% na Finlândia.

Quase 90% declarou que a corrupção é um problema grave no governo de um país e para 63% dos inquiridos em Portugal o seu governo está a ser orientado por alguns interesses privados.

Sobre o desempenho do governo no combate à corrupção, 60% dos portugueses acha que é mau, 36% considera que é bom e 4% não sabe ou não responde. Neste indicador, a média na União Europeia que considera que o governo faz um bom trabalho é 49%, e uma média de 43% dos europeus acham que o governo faz um mau trabalho.

Um terço dos inquiridos (33%) identifica os banqueiros como uma das actividades em que a maior parte dos intervenientes é corrupto, enquanto 27% apontam deputados e executivos empresariais.

Autarcas (19%), governantes (16%), primeiro-ministro (15%), juízes e magistrados (11%), Presidente da República (5%), polícia (5%) são outras respostas apontadas pelos inquiridos.

De acordo com os resultados gerais apresentados pela associação Transparência Internacional no seu Barómetro Global da Corrupção, um terço dos europeus considera que a corrupção está a piorar no seu país e quase metade afirma que o seu governo está a fazer um mau trabalho a enfrentar o problema.

Segundo os dados do Barómetro, cerca de 30% dos cidadãos paga subornos ou usa ligações pessoais para ter acesso a serviços públicos em áreas como a saúde ou a educação, o equivalente a mais de 106 milhões de pessoas espalhadas pelos 27 países alvo de inquérito.

Embora apenas 3% dos inquiridos portugueses tenha declarado ter subornado alguém para ter acesso a serviços públicos, 48% admitiu ter-se valido de conhecimentos pessoais para lá chegar, sobretudo para ter benefícios em instituições escolares públicas (46%), serviços de saúde (43%), serviços de documentos de identificação (42%), Segurança Social (49%) e polícia (39%).

Uma percentagem de 58% dos portugueses inquiridos tem medo de sofrer represálias se denunciar casos de corrupção, ao passo que apenas 40% declarou que denunciar casos de corrupção não implica represálias.

A maioria dos inquiridos em Portugal (85%) acredita que as pessoas comuns podem fazer a diferença no combate à corrupção, com 9% a declararem o contrário.

No caso específico da extorsão sexual, 6% dos inquiridos em Portugal afirmou ter sido vítima ou conhecer algum caso, um pouco abaixo da média europeia, que é de 7%.

Na sua apreciação geral, a Transparência Internacional afirma que apesar da convicção generalizada do contrário, a corrupção é um problema na União Europeia e refere que embora as taxas de suborno possam ser baixas, muitas pessoas usam ligações pessoais para obter serviços, enquanto os governos parecem estar a fazer poucos progressos na luta contra várias formas de corrupção.

A Transparência Internacional indica, no entanto, que há razões para optimismo, uma vez que quase dois terços das pessoas na União Europeia acreditam que as pessoas comuns podem ajudar a travar a corrupção.

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