Aficionados declaram guerra ao Governo pelos ataques à tauromaquia
Centenas de aficionados manifestaram-se em Santarém, num protesto que nasceu das restrições impostas pelas autoridades de saúde.
Centenas de aficionados manifestaram-se em Santarém, num protesto que nasceu das restrições impostas pelas autoridades de saúde que obrigaram ao adiamento de duas corridas de toiros na cidade. Concentração decorreu junto à Praça de Toiros Celestino Graça e no ar ficou o recado: quem atacar a tauromaquia vai ser penalizado nas urnas.
As restrições impostas pelas autoridades de saúde que acabaram por inviabilizar a realização das corridas de toiros agendadas para 10 e 12 de Junho em Santarém suscitaram uma reacção categórica dos aficionados contra o que consideram ser uma onda de ataques do Governo contra a tauromaquia.
No dia 10 de Junho centenas de pessoas manifestaram-se junto à Praça de Toiros Celestino Graça. Cavaleiros tauromáquicos, toureiros, forcados, campinos, empresários, dirigentes associativos, alguns autarcas e políticos e muitos aficionados anónimos fizeram questão de deixar o seu protesto por atitudes que consideram discriminatórias e de censura à tauromaquia. O Governo socialista foi particularmente visado, tendo ficado mesmo o aviso de que vai ser penalizado em próximos actos eleitorais pelas medidas que tem tomado ou pensa tomar. Tarjas com frases como “A cultura não se censura”, “A tauromaquia é do povo” e “Exigimos igualdade” foram exibidas em forma de protesto.
Luís Capucha, representante da associação de tertúlias tauromáquicas, deixou claro que esse era “o primeiro dia” de um movimento de luta permanente contra os ataques à tauromaquia. “Têm de perceber que deixou de haver impunidade e que tudo o que fizerem vai ser cobrado e é já nas próximas eleições”, disse com os olhos postos na classe política.
Os manifestantes exigem tratamento igual ao de outros espectáculos de ar livre, redução do IVA sobre os preços dos bilhetes para 6% e a continuação da emissão de espectáculos tauromáquicos na televisão pública.
Diogo Durão, presidente da Associação Nacional de Grupos de Forcados, foi outra das vozes incisivas que se ouviram nessa tarde. Referiu que a tauromaquia “tem sido atacada por todos os lados” e que o Governo e organismos por si tutelados “não querem saber” da tauromaquia. “A tauromaquia faz parte da nossa cultura e, neste momento, infelizmente, quem jurou proteger a nossa Constituição e a nossa cultura não o está a fazer”, disse, acrescentando que “a tauromaquia é do povo e não aceitamos ser discriminados”.
A manifestação, que decorreu de forma ordeira, terminou com a multidão a cantar o hino nacional, sempre sob olhar atento da polícia.