Sociedade | 19-06-2021 10:00

Emigrantes transferiram menos dinheiro para Portugal pela primeira vez em 10 anos

As transferências dos emigrantes portugueses caíram 1,3 por cento (%) em 2020 face ao ano anterior, descendo para cerca de 3,6 milhões de euros.

Os emigrantes portugueses transferiram menos dinheiro para Portugal em 2020. A diminuição foi de cerca de 1,3%, a primeira queda em pelo menos uma década.

De acordo com os dados do Banco de Portugal, consultados pela Lusa, a redução no valor das transferências em 2020 para 3.612,8 milhões acontece pela primeira vez desde, pelo menos, 2010, ano em que os emigrantes enviaram 2.425 milhões de euros para Portugal.

Entre os países lusófonos africanos, as remessas são particularmente relevantes em Cabo Verde, onde no ano passado os valores enviados pela diáspora ultrapassaram pela primeira vez os 200 milhões de euros.

De acordo com dados de um relatório de abril do Banco de Cabo Verde (BCV), as remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos cresceram de 21.306 milhões de escudos (192 milhões de euros), em 2019, para 22.270 milhões de escudos (200,8 milhões de euros) em 2020, um novo máximo histórico.

No documento, o BCV reconhece que em plena crise provocada pela pandemia de covid-19 – recessão económica de 14,8% em 2020, devido à praticamente total ausência de turismo -, o rendimento disponível das famílias foi também apoiado pelas remessas dos emigrantes, que assim cresceram 4,5% no espaço de um ano.

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, já tinha reconhecido em Dezembro passado, no parlamento, a importância para a economia nacional das remessas enviadas pelos emigrantes, que continuavam a crescer e representam já 11,3% do Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano.

A população de Cabo Verde está estimada em 550 mil habitantes, mas mais de um milhão de cabo-verdianos vive na Europa e Estados Unidos da América, estando o sistema financeiro dependente das remessas desses emigrantes.

Segundo os dados de 2019, as remessas dos emigrantes cabo-verdianos radicados em Portugal valiam cerca de 30% do total, segundo dados anteriores do BCV. Os cabo-verdianos em Portugal enviaram 5.679 milhões de escudos (51,5 milhões de euros) em remessas em 2019, um crescimento de 6,7% face ao ano anterior.

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