Autarcas de Tomar querem contas da Tejo Ambiente auditadas
Assembleia Municipal de Tomar aprovou uma moção do PSD que defende a realização de uma auditoria externa às contas da empresa intermunicipal Tejo Ambiente nos próximos três meses. Em causa estão prejuízos de mais de dois milhões de euros no primeiro ano de actividade.
Os eleitos da Assembleia Municipal de Tomar continuam a não dar tréguas aos problemas financeiros que a Tejo Ambiente, empresa intermunicipal que gere os sistemas de abastecimento de água e de saneamento básico de seis concelhos do Médio Tejo, revelou no seu primeiro ano de actividade, em 2020. Depois de, na última assembleia, terem chumbado a atribuição de uma verba de mais de 800 mil euros, por parte da câmara, para reequilibrar financeiramente a empresa intermunicipal, os autarcas aprovaram agora, por unanimidade, uma moção que prevê a realização de uma auditoria externa à entidade nos próximos três meses.
A moção foi apresentada por Lurdes Ferromau (PSD), na última assembleia municipal, que se realizou no dia 30 de Junho. “Os pressupostos e desvios das contas ainda não foram esclarecidos e há muitas questões por responder. Há responsabilidades que têm de se apurar de maneira a precaver o futuro. Quando se começa alguma coisa tem de começar direita e não se deixar levar por caminhos tortos”, afirmou Lurdes Ferromau.
Hugo Costa, eleito socialista, acompanhou o discurso social-democrata sublinhando que os desvios financeiros não são aceitáveis e que a assembleia municipal, como órgão fiscalizador, deve promover a transparência das entidades.
Depois de ultrapassado o período de antes da ordem do dia, Anabela Freitas, presidente da Câmara de Tomar, respondeu às questões dos deputados sobre o trabalho da empresa. A autarca socialista considera que os problemas da Tejo Ambiente devem ser encarados de frente de forma a colocar em cima da mesa todas as soluções possíveis. E sublinhou que os municípios não podem voltar a investir mais dinheiro no reequilíbrio financeiro da empresa. “Houve uma subvenção dos municípios que não pode acontecer dois anos seguidos”, avisou.
A presidente referiu ainda que para a entidade realizar bem o seu trabalho, os seis municípios têm de ter um tratamento igual e respeitar as mesmas regras. “Acredito sinceramente que esta empresa é o caminho correcto, porque só assim conseguimos investimento e ganhamos escala e massa crítica, mas todos os municípios devem ter e respeitar as mesmas regras”, vincou.