Em breve o parque de campismo de Vila Franca de Xira deverá deixar de permitir residência permanente aos hóspedes durante todo o ano. Essa é uma das pretensões do município, que gere aquele equipamento e pretende desenquadrá-lo do complexo desportivo onde está inserido e com isso dotá-lo de maior autonomia.

A nova proposta de regulamento está em consulta pública e os cidadãos são convidados a participar com sugestões. A novidade foi avançada na última semana em reunião de câmara depois da CDU ter levantado o caso insólito de um ocupante do parque de campismo que, ao pedir a um estafeta para lhe levar a comida à tenda, viu o homem ser barrado à entrada do parque e a comida não ser entregue.

Trata-se de uma pessoa que está a viver permanentemente no parque de campismo por razões sociais, situação que o município está a procurar resolver com os seus serviços sociais e a segurança social.

Alberto Mesquita, presidente do município, explica que o parque de campismo “não é um condomínio fechado” e que quem pede comida por estafeta deve estar preparado para a ir buscar à portaria e não ficar à espera que o estafeta a entregue à porta da tenda.

“O regulamento terá de ser alterado e não poderá continuar a haver gente a viver no parque durante tanto tempo. O parque de campismo não deve ser encarado como uma residência permanente”, explica Alberto Mesquita.

O parque de campismo da cidade, como O MIRANTE deu nota em 2019 antes da pandemia, foi criado há três décadas e tem recebido extensas obras de melhoria que ascendem a um milhão de euros. Além da recuperação dos bungalows e remodelação geral do parque há também planos para a concretização de uma estação de serviço para autocaravanas. As estatísticas mostravam que o parque estava a ter cada vez maior procura de turistas e perto de 1.500 pessoas ficavam ali alojadas anualmente, a maior parte estrangeiros durante duas a três noites. As autocaravanas são as rainhas do parque e representam 65 por cento das estadias, seguidas das tendas (23%) e das caravanas (12%).