Ter diferentes níveis de qualidade no acesso a cuidados de saúde primários é uma situação “inadmissível” para o presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho, e que merece uma solução a longo prazo que sirva os interesses e necessidades da população.

Na sequência da insatisfação dos utentes do Centro de Saúde de Benavente, onde apenas uma médica integra os quadros e é difícil marcar uma consulta, o autarca diz que lançou à Unidade de Saúde Familiar (USF) de Samora Correia o convite para gerir a rede de cuidados de saúde primários de todo o concelho.

Tal como O MIRANTE já noticiou, a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo tem vindo a procurar “soluções para que a população tenha resposta ao nível dos cuidados de saúde primários”. No entanto, devido a concursos de colocação de médicos com a especialidade de Medicina Geral e Familiar terem já no passado ficado desertos, o município vai apresentar esta proposta ao Ministério da Saúde, caso seja aceite pela USF de Samora Correia.

O assunto foi levantado na última reunião do executivo municipal pela voz do vereador do PSD, Ricardo Oliveira, que considerou ser “escandalosa” a realidade que se vive num concelho às portas da Área Metropolitana de Lisboa. “O Governo continua a negligenciar respostas de saúde primárias”, disse, sugerindo a realização de uma manifestação como forma de protesto uma vez que “o problema se arrasta há anos”.

A ARS, informou ainda o presidente do município, vai lançar brevemente um concurso para a colocação de quatro médicos no concelho. Neste momento o Centro de Saúde de Benavente dispõe de duas médicas a tempo inteiro e de três médicos em prestação de serviço que asseguram 30 horas por semana.