Ministra tira o tapete aos produtores de milho
Só no norte do distrito estão milhares de hectares em risco.
A produção de milho, grande parte nos terrenos do Ribatejo, está em vias de cair a pique. O Ministério da Agricultura, ao contrário das indicações que parecia ir dando aos agricultores, resolveu à última da hora não dar uma ajuda por hectare que garantiria a sustentabilidade do sector. Por isso, a partir de 2022 o interesse pela cultura do cereal vai diminuir, quando o país não é autossuficiente e desta forma vai ficar ainda mais dependente de outros países.
A situação penaliza em maior escala quem tem explorações de pequena e média dimensão, salienta Mário Antunes, vice-presidente da Agrotejo - União Agrícola do Norte do Vale do Tejo.
Em causa estão cerca de 7500 hectares e 300 agricultores da zona norte do distrito de Santarém. Uma coisa é certa, sem apoios a produção de milho nem é rentável nem competitiva com as de outros países que conseguem produzir a preços mais baixos. Quando se percebeu que em 2022 as ajudas da União Europeia à produção, pagas consoante a quantidade colhida, vão diminuir, as organizações de agricultores entraram em negociações com o Governo para que houvesse uma compensação em termos de ajudas ligadas.
Estavam os agricultores convencidos que seria possível o ministério liderado por Maria do Céu Antunes, que até é do norte do distrito, implementar uma ajuda ligada à área. Ou seja, havia a perspectiva de que os agricultores recebessem, além dos apoios à produção que vão diminuir, 150 a 170 euros de apoio por cada hectare de milho.
Mário Antunes realça que o milho é uma das culturas mais importantes na região e que poderia vir a aumentar se fosse dada uma base mais estável aos agricultores, que até agora, no total, só fazem milho que dá para o país consumir durante três meses.