Sociedade | 20-08-2021 10:00

Estado aproveita-se das instituições para não apoiar os idosos

Estado aproveita-se das instituições para não apoiar os idosos
Rui Benavente diz que a Póvoa é um monte de betão com problemas de estacionamento e que o cenário irá agravar-se

Entrevista a Rui Benavente, presidente da Associação de Reformados e Idosos da Póvoa de Santa Iria (ARIPSI).

Rui Benavente é dirigente associativo desde a juventude. Foi seccionista de atletismo no União Atlético Povoense, presidente do Grémio Dramático Povoense e sucedeu a João Quítalo, depois da sua morte, como presidente da Associação de Reformados e Idosos da Póvoa de Santa Iria (ARIPSI), cargo que quer exercer até 2025. Militar de profissão, é conhecido por nunca deixar de dizer o que pensa e nesta entrevista mostra tristeza por ver a cidade transformar-se na capital do betão e critica o Estado por se aproveitar das associações de solidariedade para gastar pouco com os idosos.

Fazem de borla um trabalho que deveria ser o Estado a fazer.

O Estado encontrou nas associações parceiros que são bons e baratos. No lar, o que o Estado paga das camas protocoladas com a Segurança Social não chega a um terço do custo total que temos com cada uma, que ronda os 1.450 euros. A maioria das reformas dos utentes são de 300 e 400 euros. Como é que conseguimos pagar as despesas? Sou obrigado a pagar mal aos funcionários. As pessoas mereciam ganhar mais, mas as associações não têm capacidade financeira para isso. E encontrar pessoal para trabalhar é cada vez mais difícil. Preferem ficar em casa a viver do rendimento social…

Depois de duas décadas a apostar na educação é preciso começar a olhar para os idosos?

Com o ritmo de vida que temos hoje ninguém tem hipótese de ter velhotes em casa. Somos uma associação e não existimos para fazer lucro, mas não podemos fugir à realidade de um quarto particular custar-nos 1.400 euros por mês. Soma-se a isso as despesas com medicamentos. Os lares estão feitos para pessoas ricas e os outros não têm hipótese. Embora sejam mais as pessoas que não podem pagar do que as que podem. Chegam-nos famílias aflitas sem saber o que fazer aos idosos. Temos uma fila de espera próxima da centena e só temos 59 camas. Quando se fala em cuidados continuados os custos sobem três ou quatro vezes. E pior ainda nos cuidados paliativos. O problema dos idosos na região é uma bomba relógio prestes a explodir.

*Leia a entrevista completa na edição semanal em papel desta quinta-feira, 19 de Agosto

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