Convento de Santa Iria e ex-colégio feminino de Tomar vão ser hotel
Anabela Freitas, presidente do município de Tomar, aceitou a proposta do Grupo Vila Galé para reconversão do Convento de Santa Iria e do antigo colégio feminino, numa solução que acaba com o abandono dos imóveis. A autarquia recebeu mais uma proposta, mas não reunia as condições.
A alienação do Convento de Santa Iria e do antigo Colégio Feminino de Tomar vai ser adjudicada ao Grupo Vila Galé, segundo informa Anabela Freitas, presidente do município de Tomar. A autarca salienta que houve mais uma proposta para ficar com o espaço, mas não reunia condições para ser aceite, uma vez que não estava de acordo com o caderno de encargos. Os dois imóveis, propriedade câmara municipal, que estão ao abandono há vários anos e em avançado estado de degradação, vão ser reconvertidos num hotel, localizado junto ao rio Nabão, num investimento total estimado em cerca de dez milhões de euros.
Com a autarquia a apostar claramente no turismo como uma das fontes principais de receita, o executivo considera que a entrada do Grupo Vila Galé em Tomar é uma mais-valia para aumentar a oferta de alojamento de qualidade em pleno centro histórico da cidade. “Queremos que aqueles imóveis se transformem numa unidade hoteleira de excelência que venha para Tomar e isso vai desenvolver a economia e criar postos de trabalho”, sublinhou a presidente a O MIRANTE, em Janeiro de 2020.
O FIM DE UM PROCESSO COM MAIS DE DEZ ANOS
Ainda com Corvêlo de Sousa (PSD) como presidente de câmara, em 2009 a autarquia aprovou o lançamento de um concurso público para venda do Convento de Santa Iria e do ex-colégio feminino, com um preço base de 1,5 milhões de euros visando a instalação de uma unidade hoteleira com a categoria mínima de quatro estrelas. Apesar das grandes expectativas, o município não recebeu qualquer proposta de aquisição. Alguns meses depois, a autarquia abriu a possibilidade de compra através de um contrato de constituição de direito de superfície que se estendia por 75 anos, mas também não surgiram investidores.
Em Abril de 2010 parte da cobertura do ex-convento ruiu, o que motivou a remoção de todas as coberturas e paredes que ameaçavam desabar e que colocavam em perigo pessoas e bens. Seguiram-se obras de preservação no Convento de Santa Iria, que levaram a investimentos de cerca de 150 mil euros, em intervenções que incidiram na consolidação da fachada poente, na reabilitação de coberturas e de outras estruturas interiores.
Em 2019 o município lançou uma hasta pública para venda dos imóveis que ficou deserta. Nessa altura a autarquia e o Grupo Vila Galé entraram em negociações, com este a apresentar uma proposta a rondar os 700 mil euros. As negociações ficaram suspensas por cerca de dois anos, tendo sido retomadas recentemente e alcançado finalmente um acordo entre o município e a empresa.