Sociedade | 28-08-2021 15:00

Câmara de Loures desafia Governo a travar despedimentos na Saint-Gobain Sekurit

O presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares (CDU), instou com o Governo para travar a cessação de atividade da empresa vidreira Saint-Gobain Sekurit e o despedimento coletivo de pelo menos 130 trabalhadores. A empresa tem vindo a beneficiar de apoios públicos.

“Trata-se de uma empresa estratégica a nível nacional e o Governo não pode ficar alheado deste processo”, afirmou à agência Lusa o autarca de Loures no final de uma reunião com representantes sindicais da indústria vidreira.

A Câmara Municipal de Loures, no distrito de Lisboa, já tinha aprovado na quarta-feira uma moção, por unanimidade, a repudiar a intenção da empresa Saint-Gobain Sekurit, localizada no concelho.

A empresa anunciou, na terça-feira, que vai cessar a atividade produtiva em Portugal “devido aos prejuízos acumulados nos últimos anos”, tendo já iniciado o processo de despedimento coletivo dos 130 trabalhadores.

De acordo com a empresa, “face à situação que ao longo dos últimos anos tem penalizado os trabalhadores, que viram os seus salários congelados, a Saint-Gobain Sekurit Portugal irá propor indemnizações superiores às previstas legalmente, além de benefícios complementares ao valor da indemnização que, de algum modo, ajudem a compensar a perda dos postos de trabalho”.

No entanto, Bernardino Soares considera que esta decisão “é motivada estritamente por interesses próprios e maximização do lucro”.

“Esta empresa tem vindo a beneficiar de apoios públicos. Decorrente da pandemia, recorreu ao ‘lay-off’ simplificado e no passado beneficiou de benefícios fiscais. Não há nenhuma inviabilidade económica”, argumentou, sublinhando que a autarquia “vai manter a exigência de que a empresa volte a laborar.

Também em declarações à Lusa, o sindicalista Pedro Milheiro, do Sindicato da Indústria Vidreira (STIV) ressalvou que os trabalhadores “vão fazer tudo” para evitar o encerramento da unidade e o despedimento coletivo, considerando que tal consistiria num “crime económico e social”.

“Esta é uma empresa única no país de produção e transformação do vidro para o setor automóvel”, sublinhou.

Pedro Milheiro referiu ainda que os trabalhadores vão aguardar pelas conclusões de uma reunião que decorrerá na segunda-feira, pelas 10:00, entre o sindicato e a administração da Saint-Gobain, antes de decidir formas de luta.

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