Sociedade | 06-09-2021 12:00

Portugal atingiu 85% da população com uma dose da vacina

Directora-geral da saúde diz que a circulação do vírus é menor, mas continua a ser aconselhável o uso de máscara ao ar livre em casos de ajuntamentos.

Portugal atingiu no domingo, 5 de Setembro 85 por cento da população com uma dose da vacina contra a Covid-19, anunciou a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, ao adiantar que estão previstos três cenários de resposta face à evolução da pandemia nos próximos meses.

“Hoje é um dia importante para todos nós. 85 por cento da população portuguesa tem uma dose da vacina e esse é um resultado que devemos todos, enquanto povo, estar bastante orgulhosos”, salientou.

Segundo a responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS), “há sempre algum cuidado em encarar o Outono e o Inverno”, estações de “grande stress em termos da saúde”, devido à circulação de vírus respiratórios, mas salientou que, este ano, ao contrário do que aconteceu em 2020, a maior parte da população vai estar imunizada contra o SARS-CoV-2.

De acordo com Graça Freitas, o “bom cenário” prevê que se mantenha a actual “tendência estável e decrescente” da pandemia, em que a variante Delta continuará a ser a predominante e a vacina não perde a sua eficácia.

“No segundo cenário pode acontecer uma subida lenta do número de casos porque a vacina pode ir perdendo o seu efeito ao longo do tempo, mas ainda sem uma nova variante. Será um cenário de mais casos, provavelmente, mais ligeiros do que graves”, adiantou a directora-geral.

O “cenário pior, que não está posto fora de questão”, contempla o surgimento de uma nova variante do vírus, o que obrigaria à adopção de medidas para “aguentar, novamente, uma grande pressão sob o Serviço Nacional de Saúde e sob o sistema de saúde”, admitiu.

Sobre a possibilidade de administração de uma terceira dose a grupos vulneráveis, como os idosos, Graça Freitas adiantou que a farmacêutica Pfizer submeteu, nos últimos dias, à Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) o pedido para aprovação deste reforço de imunização.

“Teremos de esperar que o regulador nos diga se sim, se não. De qualquer maneira, estamos a fazer o trabalho de casa em duas frentes: a científica, que vai acompanhando toda a evolução, e a logística. Continuamos a adquirir vacinas para um cenário de ser necessário a terceira dose ou de reforço”, assegurou.

No que se refere ao fim da obrigatoriedade do uso de máscara, a diretora-geral da Saúde recordou que essa é uma decisão da Assembleia da República, mas adiantou que, com 85 por cento da população vacinada, a “circulação do vírus será muito menor”.

No entanto, Graça Freitas defende que será necessário ainda usar máscara ao ar livre em algumas excepções, como no caso de ajuntamentos de pessoas em que não é possível manter o distanciamento.

Em Portugal, desde Março de 2020, morreram 17.798 pessoas e foram contabilizados 1.047.047 casos de infecção confirmados, segundo dados da Direcção-Geral da Saúde.

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