Sociedade | 15-09-2021 10:00

Descarga de fábrica de hidrogénio na Póvoa de Santa Iria alarma população

Descarga de fábrica de hidrogénio na Póvoa de Santa Iria alarma população
Moradores da Póvoa de Santa Iria registaram em fotografias a mancha verde que invadiu o rio (foto DR)

Moradores viram mancha verde no rio Tejo e vereador chegou a temer tratar-se de um atentado ambiental. Afinal a Agência Portuguesa do Ambiente permite que a fábrica de hidrogénio, visitada pelo ministro do Ambiente em Julho, deite mensalmente ao rio mais de 170 mil metros cúbicos de águas residuais.

Uma descarga de efluentes para o rio Tejo por parte da empresa de produção de hidrogénio HyChem, da Póvoa de Santa Iria, no dia 25 de Agosto, lançou preocupação na comunidade e causou alarmismo junto da população, mesmo tendo-se tratado de uma operação de descarga de águas residuais autorizada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA). A mancha verde e de cheiro ácido que foi sentida e vista durante mais de uma hora nas águas do rio gerou apreensão, em particular na comunidade piscatória da cidade, que foi das primeiras a dar o alerta.

O assunto acabou por ser abordado também em reunião de câmara, com Carlos Patrão, vereador do Bloco de Esquerda, a pedir explicações sobre o que disse ser um “alegado atentado ambiental” que teria contaminado as valas que saem daquela unidade industrial. O município enviou a fiscalização municipal às instalações da HyChem, também conhecida como a antiga Solvay, tendo apurado que as descargas são efectuadas com regularidade e objecto de análises trimestrais remetidas à APA e a O MIRANTE, garante estar a acompanhar a situação.

Na licença de utilização dos recursos hídricos para rejeição de águas residuais que a APA emitiu à empresa, e que O MIRANTE teve acesso, é anunciado que as águas remetidas ao Tejo são oriundas do processo de produção, de torres de refrigeração e de águas pluviais contaminadas. A empresa está autorizada a despejar para o Tejo 174 mil metros cúbicos por mês de efluentes que têm que cumprir determinados parâmetros.

Empresa diz nada ter a esconder

Contactada por O MIRANTE, fonte oficial da HyChem explica que o alerta público sobre a descarga “não tem qualquer fundamento” e que a fiscalização municipal foi rápida a ir à empresa observar e fotografar as águas da descarga, notando que as condições eram “perfeitamente normais”. A empresa garante cumprir sempre os valores limite de emissão constantes da licença da APA e lembra que a produção da fábrica decorre todo o ano e em contínuo.

Na resposta ao nosso jornal, a HyChem reconhece que é importante que a comunidade se preocupe com a defesa do ambiente, mas garante ser uma empresa cumpridora da lei. “Não realizamos descargas poluentes e as operações da empresa são escrutinadas diariamente pelos utilizadores do passeio ribeirinho. Como é público e notório, nada temos a esconder ou a dissimular”, conclui.

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