Sociedade | 28-09-2021 12:00

Fábrica de bagaço de azeitona empesta o ar em Parceiros de Igreja

Fábrica de bagaço de azeitona empesta o ar em Parceiros de Igreja
Moradores de Parceiros de Igreja exigem uma solução contra os maus cheiros

Um odor nauseabundo e a poluição proveniente de uma unidade de queima de bagaço de azeitona está a revoltar a população. O problema arrasta-se há vários anos e tem vindo a intensificar-se nas últimas semanas. As queixas chegaram à IGAMAOT e à Câmara de Torres Novas, que efectuou uma vistoria de urgência às instalações e aguarda o relatório para decidir o que fazer.

Os maus cheiros e a poluição causados por uma fábrica de processamento de bagaço de azeitona em Parceiros de Igreja estão a desesperar a população dessa aldeia do concelho de Torres Novas e também de localidades do concelho vizinho de Alcanena. A situação já se arrasta há vários anos e tem-se agravado nas últimas semanas quando a fábrica começou a laborar por maiores períodos.

Alguns moradores criticam a passividade das entidades de fiscalização ambiental em identificar e notificar os responsáveis e pedem respostas rápidas temendo problemas para a saúde causados pela poeira negra que assenta nas casas, roupas e terrenos agrícolas. “Não conseguimos ter uma janela aberta por causa da poeira e do mau cheiro que se entranha em casa”, diz a O MIRANTE Luís Jeremias, que já apresentou queixa à GNR. Para Manuel Silva a maior preocupação é com os legumes que planta na horta que “ultimamente ficam todos pretos”.

A morar a cerca de 300 metros da fábrica, Fátima Alves e o marido, Carlos Felgueira, têm sido dos que mais têm sofrido e reclamado. “Não posso estender uma peça de roupa fora de casa. Quem é que gosta de viver assim, com este cheiro a entrar em casa?”, questiona a moradora que recentemente reportou o caso à Inspecção-Geral da Agricultura do Mar do Ambiente e do Ordenamento do Território.

Também no concelho de Alcanena têm-se registado queixas nas últimas semanas, que já levaram a empresa municipal de água e saneamento Aquanena a emitir um comunicado onde descarta responsabilidades, tendo solicitado ao município de Torres Novas uma avaliação à fábrica.

Município garante que vai agir em caso de irregularidade

Contactado por O MIRANTE, o presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, adiantou que já foi feita uma vistoria de emergência à fábrica da Cratoliva pela Protecção Civil Municipal. “Neste momento estamos a aguardar a conclusão do relatório, por isso o que posso afirmar com certezas é que na eventualidade de ser detectada alguma ilegalidade vamos agir”, afirmou o autarca socialista.

Também a CDU tem demonstrado preocupação com a situação e exige ao município que tome medidas. Para o eleito na assembleia municipal, Nuno Guedelha, a autarquia não se pode ficar pela averiguação de licenciamentos, defendendo que no caso de haver irregularidades tem que exigir medidas para que esta unidade fabril não se torne num perigo ambiental e para a saúde.

O MIRANTE tentou contactar a Cratoliva através do número de telefone associado à empresa mas nunca ninguém atendeu. Ao fim da tarde de segunda-feira, quando batemos ao portão da fábrica, também ninguém respondeu.

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