Torres Novas recebe menção honrosa pelo projecto Centro Humberto Delgado
Projecto que visa transformar a casa de Humberto Delgado num centro de estudos sobre o republicanismo e oposição à ditadura foi distinguido pela Direção-Geral das Autarquias Locais.
O projecto da Câmara de Torres Novas que tem como objectivo transformar a Casa Memorial de Humberto Delgado num centro de estudos sobre o republicanismo e oposição à ditadura recebeu uma menção honrosa atribuída pela Direção-Geral das Autarquias Locais, no âmbito do prémio autárquico Aristides de Sousa Mendes e outros salvadores portugueses- Holocausto, valores universais, humanismo e justiça.
A Casa Memorial onde nasceu o general Humberto Delgado, recorde-se, está a ser transformada num centro de estudos sobre o republicanismo e oposição à ditadura portuguesa numa abordagem à escala nacional, reconhecida pelo apoio do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Universitário de Lisboa. Com esta intervenção o município pretende contribuir para a consciencialização cívica e estímulo do pensamento crítico da sociedade contemporânea e criar uma rede de observatório da liberdade, tolerância e pluralidade.
A entrega dos diplomas decorreu no Palácio Galveias, em Lisboa, numa cerimónia que contou com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão e da comissária do programa “Nunca Esquecer”, Marta Santos Pais. O Município de Torres Novas esteve representado pela vereadora com o pelouro da cultura, Elvira Sequeira.
Integrado no programa nacional sobre a memória do Holocausto, “Nunca Esquecer”, este prémio é uma distinção honorífica entregue às autarquias que promovam práticas, programas ou projectos de elevado mérito e interesse público.
Nascido em Torres Novas, a 15 de Maio de 1906, Humberto Delgado liderou o principal movimento de tentativa de derrube do regime salazarista através de eleições, tendo sido derrotado num processo eleitoral considerado fraudulento que deu a vitória ao candidato do regime, o almirante Américo Tomás.
A 13 de Fevereiro de 1965, Humberto Delgado e a sua secretária Arajaryr Campos foram assassinados perto de Badajoz, por uma brigada da polícia política (PIDE - Polícia Internacional de Defesa do Estado) chefiada por Rosa Casaco, que o atraiu a este local convencendo-o de que se ia encontrar com militares oposicionistas.