Sociedade | 13-11-2021 14:57

Empresários de Tomar detidos por homicídio, sequestro e branqueamento de capitais

Empresários de Tomar detidos por homicídio, sequestro e branqueamento de capitais

Polícia Judiciária deteve, na sexta-feira, 12 de Novembro, quatro empresários que considerou dos grupos criminosos “mais violentos dos últimos tempos”. Um dos suspeitos é ex-sócio da empresa detentora do “Tomar Padel”. Investigação decorre desde 2017.

Homicídio, sequestro agravado, roubo, furto qualificado, branqueamento de capitais e associação criminosa são os crimes que levaram a Polícia Judiciária (PJ) a deter, na sexta-feira, 12 de Novembro, um grupo de quatro empresários, um deles ex-sócio da empresa detentora do “Tomar Padel”, a Binary Legacy, numa investigação que decorre desde 2017.

Perante a divulgação em vários órgãos de comunicação social de que a empresa estava associada às práticas criminosas, os actuais proprietários desmentiram nas redes sociais qualquer tipo de envolvimento. José e Filipe Brito, donos da empresa, esclarecem que o processo decorre contra um dos seus ex-sócios e gerente, acrescentando que, “uma vez que o bom nome e reputação da empresa foi arrastado para a praça pública e a investigação não respeitou o segredo de justiça, custando desde logo a retirada de patrocínios”, a sociedade viu-se obrigada a publicar um direito de resposta a demarcar-se de qualquer actividade ilícita. José Brito refere ainda que lhe foi apreendida uma conta bancária, com dinheiro legítimo do clube e reconhecido pelas autoridades, que o obrigou a investir todas as suas poupanças pessoais para que o clube não fechasse.

Segundo a PJ, através do director da zona Centro, Jorge Leitão, o gangue é um dos “mais violentos dos últimos tempos” utilizando, sempre que necessário, a violência extrema para atingir os seus objectivos, que eram ficar com os bens materiais das vítimas. “Num dos casos em investigação, uma das vítimas acabou por falecer”, garante.

A PJ relatou que, numa das acções violentas atribuídas ao grupo, ocorrida em finais de 2018, foi torturado barbaramente um casal octogenário com a finalidade de os obrigar a entregar a chave de acesso a um cofre, provocando a morte da mulher e graves ferimentos no homem, que chegou a ser regado com combustível e incendiado. O grupo selecionava as vítimas de forma criteriosa em toda a zona centro/norte do país, sobretudo residências de comerciantes que teriam valores consideráveis em casa.

Durante as buscas, foram apreendidos ferramentas e equipamentos variados utilizados na concretização dos crimes, 10 armas de fogo e munições, oito veículos automóveis, alguns dos quais de alta cilindrada, uma moto de água e duas moto-quatro, mais de 400 mil euros em numerário das casas das vítimas, ouro no valor estimado superior a 42 mil euros e diversos artigos comprados com verbas provenientes do crime.

De acordo com as autoridades, trata-se de um “grupo bem organizado, violento, que estudava bem os alvos”, e ainda “meticuloso”, uma vez que usava equipamento de vigilância, nomeadamente binóculos, rádios, telemóveis e coletes.

Os detidos são dois homens e duas mulheres, com idades compreendidas entre os 26 s 46 anos, dois dos quais com antecedentes criminais ligados a roubos, furtos e detenção de armas de fogo proibidas. Os homens foram detidos na A13, próximo de Tomar, e as mulheres foram detidas posteriormente.

Os indivíduos já foram presentes às autoridades, que decidiram pela prisão preventiva dos dois homens, enquanto as mulheres ficaram sujeitas a apresentações bissemanais, à proibição de se ausentarem do concelho de residência e ao pagamento de uma caução de 20 mil euros cada.

A operação foi realizada em articulação com o Departamento de Investigação Criminal da Guarda da Polícia Judiciária e com a colaboração operacional e ao nível de partilha de informação com a GNR, nomeadamente com os Comandos Territoriais de Coimbra, Leiria, Santarém, Guarda, Viseu e o GIOE - Grupo de Intervenção de Operações Especiais.

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