Abate de viaturas do SEF no Porto Alto envolta em polémica
Mais de uma dezena de automóveis do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras foram abatidos. SEF diz que eram veículos cuja reparação teria custos superiores ao seu valor comercial e que para receberem novas viaturas o abate é obrigatório.
A Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública (eSPap) enviou para um centro de abate de veículos no Porto Alto, concelho de Benavente, algumas viaturas do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), em aparente bom estado de conservação, para serem desmanteladas. A situação levantou uma onda de indignação após terem sido partilhadas nas redes sociais fotografias das carrinhas que, defenderam alguns, poderiam ter sido reparadas e postas ao serviço de outras forças de segurança ou socorro.
O SEF, em esclarecimentos a O MIRANTE justifica a decisão dizendo que se optou pelo abate de 14 viaturas que “obrigavam a despesa acima do valor comercial” como forma de “reduzir as elevadas despesas em conservação, manutenção e reparação”. Deste modo, adianta, as viaturas abatidas foram substituídas por novas recebidas em 2021 ao abrigo da Lei de Programação de Infraestruturas e Equipamentos das Forças e Serviços de Segurança. Para que pudessem receber as novas viaturas, explicam, é “imperativo legal proceder ao abate em número correspondente’’.
A frota do SEF é composta por 320 viaturas com “idade média superior a 14 anos de serviço e muitos quilómetros acumulados, estando muitas delas, apesar de cuidadas e aparentemente preservadas, com enorme desgaste, nomeadamente, nos sistemas de motorização”.
O presidente do sindicato que representa os inspectores do SEF, Acácio Pereira, recorde-se, já tinha dito que as viaturas se encontravam em avançado estado de degradação, sublinhando que devido aos anos e quilómetros acumulados “cerca de 60% das viaturas do Estado deveriam ser abatidas e substituídas por novas”.