As vivendas das antigas oficinas de material aeronáutico (OGMA) situadas no centro da cidade de Alverca que ainda não são propriedade municipal vão chegar à câmara a custo zero em resultado da extinção da antiga empresa estatal Empordef. Isto depois da Câmara de Vila Franca de Xira ter gasto, em 2019, perto de 270 mil euros a comprar duas vivendas.
A novidade foi revelada na última reunião do executivo pelo novo presidente de câmara, Fernando Paulo Ferreira. O autarca considera que as vivendas constituem uma “oportunidade muito interessante” para Alverca sobretudo para fixação de jovens. O autarca descartou definitivamente a utilização destes espaços como futura biblioteca referindo que a prioridade será a construção de habitação a custos controlados.
“É nisso que estamos a trabalhar. Neste momento as vivendas estão na posse do Estado por via da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF). Isso constitui uma hipótese imensa para o município nomeadamente a transferência directa daqueles imóveis para a câmara. Estamos a trabalhar nisso”, explica o autarca.
Os contactos estão feitos e Vila Franca de Xira aguarda apenas que a DGTF articule a transferência com a Secretaria de Estado do Ambiente para, diz Fernando Paulo Ferreira, criar no local um novo pacote de habitação a custos controlados. O tema foi discutido no âmbito de uma proposta apresentada pela CDU em que esta pedia a conclusão do processo negocial para que a câmara ficasse na posse da totalidade dos imóveis. É também pedido que seja elaborado um plano de requalificação para toda a área, dando primazia a funções urbanas como, por exemplo, serviços públicos ou actividades do movimento associativo popular.
No final de 2019, recorde-se, o município comprou duas vivendas num negócio que rondou os 270 mil euros. À data a câmara considerou excessivo o preço total de 700 mil euros pedidos pela Empordef, a empresa pública que era dona dos imóveis, pelo que optou por uma compra faseada dando prioridade às duas moradias onde estão sediadas a Associação do Pessoal das OGMA e a Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos de Alverca, as duas únicas vivendas que estão em bom estado de conservação. Essa decisão, explicava o presidente do município à data, Alberto Mesquita, permitia salvaguardar o trabalho e funcionamento dessas duas colectividades.