Sociedade | 09-03-2022 12:00

Grupo de artistas de Vila Franca de Xira dá asas à criatividade há 25 anos

Virgínia Figueiredo, José Carvalho, Jorge Alexandre, José Costa e António Frasco são alguns dos rostos do GART de Vila Franca de Xira

O tempo passou num ápice, confessa Jorge Alexandre, presidente do Grupo de Artistas e Amigos da Arte de Vila Franca de Xira que celebra este ano duas décadas e meia dedicadas ao ensino e divulgação das mais diversas correntes artísticas.

Parece que foi ontem que José Fidalgo, ex-presidente da Junta de Vila Franca de Xira, deu a ideia a Jorge Alexandre de criar um grupo de artistas, sem tendências políticas nem religiosas, em que a arte fosse o denominador comum e o motor de toda a expressão cultural. “Inicialmente éramos um grupo pequeno que se reunia no fórum de Alverca. Com o tempo acabámos por passar para Vila Franca de Xira e tornámo-nos no Grupo de Artistas e Amigos da Arte (GART). Mas as ideias iniciais e a verticalidade de não as trocarmos ficaram connosco até hoje”, explica Jorge Alexandre a O MIRANTE.
O presidente do GART é um rosto que dispensa apresentações. Tem 66 anos e vai concorrer a mais um mandato no final de Março por não haver sócios a perfilarem-se para liderar a associação. Foi em 1998 que o GART mudou a sua sede para o Clube Vilafranquense, onde ainda hoje se encontra, embora seja no seu espaço cultural no jardim municipal que dá mais nas vistas e onde são apresentadas as exposições e dadas aulas.
O GART tem 277 sócios e nos seus 25 anos de vida transpira vitalidade. Há cada vez mais jovens a aparecer e a interessarem-se por aprender a pintar ou fotografar, por exemplo. “Mesmo assim nunca estamos satisfeitos e gostávamos que fossem muitos mais”, brinca Jorge Alexandre. O espaço no jardim é muito procurado por quem quer realizar exposições das suas obras. “A única condição que colocamos a quem quer expor é que seja sócio do GART, excepto nas exposições a nosso convite”, conta.
Na instituição é possível frequentar cursos de iniciação à pintura e quem tiver curiosidade pode sempre aparecer para pegar nos pincéis. Jorge Alexandre é uma das pessoas à frente da formação. “A minha técnica preferida é aguarela mas dou formação em técnicas de pintura, desde pintar com pigmentos naturais até pintar com óleo, acrílico, pastel, por aí fora”, conta.

A arte é uma rebeldia
O líder do GART diz que todo o artista tem em si um rebelde que sonha melhorar o mundo. “Temos de olhar para cima quando toda a gente olha em frente”, afirma, avisando que nunca se deve reprimir a criatividade e a inovação. “Temos de deitar cá para fora tudo o que quisermos e aceitarmos desafios novos. Há sempre uma surpresa ao virar da esquina”, entende.
Mesmo durante a pandemia o GART nunca parou e ajudou não só a comunidade a ter algo com que se ocupar, visitando as exposições, por exemplo, como também promovendo actividades para os seus sócios. “Fizemos uma semana no clube taurino com ementas originais pintadas por nós e inspiradas nas Fallas de Valência quando não houve Feira de Outubro em 2020. Fizemos uns desenhos para uns menus que queimámos no final da refeição. Foi muito giro e interessante”, recorda. Pelo meio a actividade também ajudou profissionais da cultura a atravessar o período mais complicado das restrições.
Todos os meses há uma exposição para ver no espaço do GART. Actualmente está em exibição uma dedicada aos 70 anos da Ponte Marechal Carmona. “Ao contrário do que muita gente diz o nosso jardim é bastante frequentado. Há sempre gente a correr, a passear e a visitar-nos”, garante.
Para o dirigente as escolas são fundamentais para desenvolver nos mais novos o gosto pelas artes. “É desde pequeno que se desenvolve essa sensibilidade. Temos feito muitas parcerias com escolas e temos sido muito bem recebidos”, refere. Dessa colaboração nasceu um painel de 25 quadrados em madeira onde 14 alunos, um professor e os artistas do GART desenharam uma imagem alusiva ao aniversário da ponte de Vila Franca e que pode ser vista no museu municipal.

Há cultura, o que falta é divulgação

Para Jorge Alexandre o concelho é rico em actividades culturais mas o que continua a falhar é a sua correcta divulgação por parte de quem está envolvido nas associações e instituições. “Cada vez mais somos um concelho de cultura. Fazemos muita coisa e temos dias em que há imensas coisas a acontecer. O que continua a falhar é a divulgação. Há tanta oferta que por vezes nem sabemos o que está a acontecer porque quem realiza os eventos não os anuncia bem”, lamenta.
Não há pandemia que vergue o espírito do GART e por isso o futuro é mais radiante que nunca. O grupo quer manter a porta aberta, continuar a dinamizar o espaço do jardim municipal e trazer pessoas novas para a instituição.

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