Cinco meses depois prédio de Povos ainda tem as marcas do fogo
Incêndio em Outubro do ano passado foi notícia quando um jovem acabou pendurado na varanda para escapar das chamas. Cinco meses depois a fachada e danos continuam por reparar e os moradores reclamam soluções.
Cinco meses depois de um incêndio ter destruído todos os pertences de dois apartamentos do lote 2 da Rua Calouste Gulbenkian em Povos, Vila Franca de Xira, os moradores continuam à espera que a fachada do prédio seja limpa e pintada.
O prédio é composto por quatro fracções municipais e outras quatro particulares o que tem dificultado burocraticamente o processo de pintura da fachada. Esmeralda Santos vive no terceiro andar, numa casa municipal, e queixa-se de não poder usar a janela da cozinha, quer por ter ficado com os estores destruídos pelo fogo – que começou no apartamento de baixo, que é privado – e por agora não conseguir sequer estender roupa no exterior porque esta fica toda suja por causa da fachada chamuscada.
“Não se compreende como é que todos estes meses depois ninguém pinta a fachada ou sequer a limpa para podermos voltar a usar o exterior da casa. É uma situação que tem gerado muitos incómodos”, lamenta a O MIRANTE. Esmeralda Santos, tal como a vizinha de baixo, perdeu tudo o que tinha no incêndio e está lentamente a recuperar a vida com móveis oferecidos pela comunidade. “O que a câmara fez foi dar-me os materiais e eu sozinha, sem poder, com o meu filho é que tivemos de andar a pintar tudo, arrancar mosaicos e meter outros novos. Basicamente reparámos tudo numa casa que não é nossa”, critica.
O fogo começou no dia 20 de Outubro de 2021 e Esmeralda não se lembra de nada. Estava deitada e quando deu por si tinha a casa cheia de fumo proveniente do apartamento de baixo. “Quando tentei fugir acabei por desmaiar e foram os vizinhos e os bombeiros que me ajudaram. Falam do rapaz que ficou pendurado na janela mas ele foi um herói ao tentar salvar-me mesmo acabando ele próprio em dificuldades”, recorda a O MIRANTE.
Contactado pelo nosso jornal o município explica que diligenciou logo após o incêndio a reparação da instalação eléctrica no vão das escadas que ficou afectada pelo fogo, confirmando também o fornecimento de materiais ao morador do terceiro esquerdo, considerado pela câmara como o mais prejudicado pelo acidente, nomeadamente revestimento cerâmico e tintas.
No entanto, no que diz respeito à pintura do alçado posterior e vão de escada do prédio, que mais queixas tem gerado, a situação “encontra-se em análise” considerando as características do prédio, que tem apartamentos privados e municipais, estando por isso a ser articulado entre todas as partes a tentativa de uma reparação rápida, promete o município.