Sociedade | 04-04-2022 20:59

Edição Semanal. Torres Novas no último adeus ao polícia Fábio Guerra

Corpo de Fábio Guerra foi recebido com uma guarda de honra junto à Escola Prática de Polícia

Corpo do agente de 26 anos foi escoltado pela PSP até à Escola Prática de Polícia, em Torres Novas, onde foi homenageado no local onde se formou. Quem se cruzou com o jovem, brutalmente assassinado, descreve-o como alguém sempre pronto a ajudar o próximo.

Fábio Guerra
Fábio Guerra

Calmo, respeitador e sempre pronto a ajudar o próximo. É desta forma que Fábio Guerra é lembrado por quem o viu crescer e formar-se agente da PSP na Escola Prática de Polícia (EPP), em Torres Novas. O sentido de missão e respeito pela farda que envergava fizeram com que o agente, que morreu aos 26 anos na sequência de agressões à porta de uma discoteca, em Lisboa, “fosse elogiado publicamente” durante o 15º curso de formação de agentes, em 2019.
Na quarta-feira, 23 de Março, um milhar de formandos e corpo efectivo da escola onde começou a carreira, brutalmente interrompida, prestaram-lhe uma última homenagem durante o cortejo fúnebre que acompanhou o seu corpo desde o Instituto de Medicina Legal, em Lisboa até à Covilhã, cidade de onde era natural.
Após uma espera silenciosa, à chegada do corpo, alunos e agentes gritaram “presente” à chamada de Fábio Guerra, antes de cumprirem um minuto de silêncio e de fazerem soar as sirenes da Polícia numa homenagem sentida onde as lágrimas caíram em alguns rostos. “O agente Fábio Guerra honrou, até às últimas consequências, a sua condição policial e o seu juramento de ‘dar a vida, se preciso for’, num gesto extremo de generosidade e sentido de missão. Disso nunca nos esqueceremos”, disse a PSP em comunicado.
O agente Fábio Guerra morreu na segunda-feira, 21 de Março, no Hospital de São José, em Lisboa, devido às graves lesões cerebrais sofridas na sequência das agressões de que foi alvo no exterior da discoteca Mome. Segundo a PSP, no local encontravam-se outros três polícias que, tal como Fábio Guerra, estavam fora de serviço mas que, perante um cenário de violência intervieram, “como era sua obrigação legal”, acabando por ser agredidos violentamente por um dos grupos, formado por cerca de 10 pessoas. 
Os dois fuzileiros suspeitos pela morte de Fábio Guerra estão em prisão preventiva no estabelecimento prisional de Tomar. Já o civil, igualmente suspeito do homicídio, continuava, à data de fecho desta edição, a ser procurado pelas autoridades policiais portuguesas e espanholas.

Autarca de Torres Novas diz que o país deve interrogar-se

O presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, foi um dos autarcas que se deslocou à Escola Prática de Cavalaria para homenagear o agente da PSP que apelidou de “filho de Portugal”. “Tenho acompanhado os juramentos de bandeira e seguramente vi esse jovem algures no meio de muitos rostos”, disse, acrescentando que ficou muito consternado com a morte do jovem. Numa breve declaração a O MIRANTE, no final da cerimónia, o autarca alertou que o país se deve interrogar sobre a formação que falta a determinadas pessoas e como se podem evitar situações como a que vitimou Fábio Guerra.

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