Sociedade | 19-04-2022 06:59

Bombeiros da Chamusca rejeitam transporte de doente acamada por falta de pessoal

Bombeiros da Chamusca foram chamados ao transporte de uma utente acamada – FOTO – BV Chamusca

Cruz Vermelha de Abrantes deslocou-se a Ulme, no concelho da Chamusca, para realizar o transporte de Maria Adelaide para a Unidade de Cuidados Continuados do Entroncamento. Bombeiros da Chamusca rejeitaram transporte da paciente acamada por falta de meios humanos e de aviso prévio.

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Chamusquenses rejeitou o transporte de uma doente acamada de Ulme, concelho da Chamusca, para a Unidade de Cuidados Continuados (UCC) do Entroncamento. Em causa estará a falta de recursos humanos, e de aviso prévio, para realizar o serviço, situação que obrigou a delegação de Abrantes da Cruz Vermelha a tomar conta da ocorrência.
Maria Adelaide, natural de Ulme, está desde Agosto de 2021 acamada depois de ter regressado de uma consulta no Hospital Distrital de Santarém por dificuldades de locomoção. No final do transporte de regresso a casa, realizado pelos Bombeiros de Pernes, um dos elementos da corporação deixou cair a maca no chão provocando um violento impacto que piorou ainda mais o seu estado de saúde. Eduardo Garcia, filho e um dos responsáveis pelos cuidados de saúde de Maria Adelaide, a par de uma equipa da Unidade de Cuidados Continuados da Chamusca, explica a O MIRANTE que o bombeiro não soube destravar a maca adequadamente e que a sua falta de cuidado contribuiu para piorar a saúde da mãe.
Durante vários meses caminhou para o hospital para tentar perceber o que a impedia de se mexer e de andar, mas os médicos nunca conseguiram diagnosticar a origem do problema. Há cerca de uma semana Eduardo Garcia activou os serviços da UCC da Chamusca para tentar internar a mãe na unidade da Chamusca, Entroncamento ou Santarém.
Como a única vaga disponível era na cidade ferroviária, a coordenadora do Centro de Saúde da Chamusca solicitou aos bombeiros locais a realização do transporte. Na quinta-feira, 7 de Abril, Maria Adelaide recebeu uma chamada da corporação a perguntar se estava acamada. Ao dizer que sim, o operacional respondeu automaticamente que não iam realizar o transporte. “A UCC da Chamusca pediu à delegação de Abrantes da Cruz Vermelha para realizar o serviço. Tiveram que fazer mais de 100 quilómetros, ida e volta, só para fazer um transporte. Por curiosidade fui à Chamusca e as ambulâncias estavam todas paradas”, lamenta Eduardo Garcia. O empresário de Ulme desabafa ainda que é sócio da associação há várias décadas, mas não se lembra da última vez que pagou as cotas, porque o cobrador deixou de ir a Ulme há muito tempo. “É a trabalhar desta forma que os bombeiros querem convencer as pessoas a participarem e a ajudarem a associação?”, questiona.

Transportes condicionados aos recursos humanos existentes
Contactado por O MIRANTE, José Monteiro, presidente dos Bombeiros Chamusquenses, esclareceu que “o garante de uma prestação de serviço complementar de transporte não programada e não urgente, estará sempre condicionado ao recurso dos meios humanos assalariados existente e disponível à data”. O dirigente referiu ainda que, “quando se trata de transporte em maca, implicando disponibilidade nesse dia e hora, para além de ambulância própria ABTM, um motorista e um maqueiro, situação que é frequente não termos, deve ser programada atempadamente pelo limite de recursos humanos de que dispomos”.

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