Sociedade | 27-04-2022 11:42

Portugal tem de passar da cepa torta e para isso precisa de indústria

Portugal tem de passar da cepa torta e para isso precisa de indústria

Álvaro Beleza, médico e presidente da SEDES, esteve em Santarém e defendeu que para Portugal evoluir precisa de uma sociedade civil que não dependa do Governo, que não tenha medo, e de empresários nas universidades a explicarem como se faz.

Álvaro Beleza considera que se Portugal não tiver ambição não vai a lado algum e que para o país “sair da cepa torta” precisa de ter indústria, dando como exemplo a Alemanha e a França que são potências económicas europeias por terem indústria exportadora, como a do sector automóvel. O médico, político e presidente da SEDES-Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, esteve em Santarém a convite do Rotary Clube de Santarém, onde falou do estado do país e das perspectivas que Portugal deve ter para se governar.

Para o dirigente de uma das mais antigas associações cívicas portuguesas, o país só tem 10 milhões de habitantes, pelo que não é difícil de governar, lamentando que Portugal tenha perdido indústria, escala e não tenha marcas. “Temos de ter grandes empresas, temos de ter políticas de atracção de investimento estrangeiro, a começar pela redução do IRC”, realçou Álvaro Beleza, sublinhando que a AutoEuropa foi o último grande investimento em Portugal e que trocava alguns fundos europeus por três indústrias como a AutoEuropa. Realçou ainda que o país tem de ter uma visão e que “não pode continuar a ser o pedinte sempre à procura de fundos”.

Álvaro Beleza lamenta que o país não tenha uma indústria naval pujante e que devia ter com a tradição que tem no mar. “Temos de olhar para o país com ambição e sair da pobreza franciscana”, sublinhou, explicando que tal só é possível se a sociedade civil acordar, porque, realçou, “Portugal não tem praticamente sociedade civil, que fale, que se manifeste, que não dependa do Governo, que não tenha medo”. O dirigente diz mesmo que tem vergonha que Portugal seja ultrapassado pela Roménia e pela Bulgária, porque “temos um país excelente”, sugerindo que como país atlântico aposte mais na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e na diáspora.

Entre outros problemas que Álvaro Beleza identificou está o facto de os partidos não terem gabinetes de estudos a sério, de os melhores da sociedade sentirem que não têm liberdade nos partidos, mas também o facto de os portugueses se terem aburguesado no sofá. Defendeu que é preciso reformar a lei eleitoral, criar círculos uninominais e pensar o que é que os distritos podem dar ao país. Álvaro Beleza, comparando o país ao futebol, diz que andamos a jogar para o empate e defendeu que é preciso mais doutorados nas empresas e mais empresários, que tenham mérito, nas universidades a darem aulas, a explicarem como se faz. 

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